Lugo diz que Paraguai fica no Mercosul e buscará China

O presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, afirmou nesta terça-feira (22) que o Paraguai não abandonará o Mercosul e anunciou que seu país buscará relações com a China, atualmente inexistentes. "A integração regional deve ser obtida com consenso entre os países membros do Mercosul em favor da eliminação das assimetrias" que afetam particularmente o Paraguai e o Uruguai, declarou Lugo em conversa com jornalistas nesta terça-feira (22).

O bloco comercial conta ainda com o Brasil e a Argentina como membros plenos. O Chile e a Bolívia participam na condição de parceiros preferenciais. A Venezuela aspira a um lugar no Mercado Comum do Cone Sul, mais conhecido como Mercosul.

A posição de Lugo significa um rechaço às propostas da União Industrial Paraguai e da Federação de Produção e Comércio do Paraguai. Os dois grupos defendem que o país saia do Mercosul por causa da política alfandegária do bloco, ditada pelos sócios maiores, Brasil e Argentina.

China

Consultado sobre a possibilidade de um relacionamento diplomático com a República Popular da China, Lugo respondeu: "Sem pressão de ninguém, o Paraguai como país soberano e independente desde 1811, começará a trabalhar para estabelecer relações com esse país".

"Se outras nações mantêm relações comerciais e diplomáticas com a China continental, por que temos que ficar para trás?", questionou o presidente eleito.

A intenção de Lugo significa um revés para Taiwan. Pouco mais de 20 países no mundo todo mantém relações com Taipé. Uma das exigências chinesas para manter relações com um país é que o mesmo não se relacione com Taiwan. China e Taiwan romperam em 1949, quando o grupo revolucionário liderado por Mao Tsé-tung venceu a Guerra Civil. Os nacionalistas, derrotados, estabeleceram-se no arquipélago.

Pequim considera Taiwan parte integrante de seu território e busca a reunificação, mas ameaça deflagrar uma guerra caso líderes nacionalistas taiwaneses busquem a independência.

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