Conflito

Liderança israelense está dividida sobre ofensiva

A liderança israelense está dividida sobre se aumenta ou não a ofensiva na Faixa de Gaza em meio à crescente pressão internacional, disseram nesta quinta-feira (8) funcionários do governo. As diferenças vieram à tona durante um encontro do gabinete de segurança, ontem. Na reunião, os ministros concordaram tanto em continuar a ofensiva como em mandar um enviado a Cairo para discutir a proposta egípcia de cessar-fogo. O primeiro-ministro Ehud Olmert e o ministro da Defesa, Ehud Barak, eram favoráveis ao canal diplomático, enquanto a ministra de Relações Exteriores, Tzipi Livni, também candidata presidencial, e vários outros ministros preferiam uma abordagem mais dura, segundo as fontes.

“Durante o encontro, Ehud Barak mostrou-se a favor de um novo cessar-fogo, enquanto eu e vários outros ministros nos opusemos”, afirmou o vice-primeiro-ministro Haim Ramon à televisão israelense. Israel lançou a operação contra o Hamas em 27 de dezembro, com uma série da ataques aéreos na Faixa de Gaza. A partir da noite de sábado, os militares israelenses iniciaram a invasão por terra.

O gabinete de segurança novamente aprovou todos os estágios da operação, deixando para Olmert, Livni e Barak a decisão sobre qualquer passo subsequente. No entanto, também concordaram em enviar um assessor de Barak, Amos Gilad, ao Egito para conversar com o presidente Hosni Mubarak sobre como encerrar o confronto. Esta é a maior incursão militar de Israel desde a guerra no Líbano, em 2006.

Falando ontem ao chefe da política externa da União Europeia (UE), Javier Solana, Barak demonstrou sua propensão a alcançar uma trégua. “Nós queremos que a operação crie uma realidade mais segura para nossos cidadãos no sul. Não abandonaremos esse objetivo. Para alcançar isso nós tomaremos todos os passos diplomáticos ou militares necessários”, disse. “Nós examinaremos a possibilidade de se alcançar um acordo apenas se ele realmente criar uma nova realidade”, afirmou o ministro, segundo seu escritório.

Tzipi Livni disse em várias ocasiões que Israel deveria encerrar unilateralmente a ofensiva e ameaçar retaliação mortífera caso os militantes do grupo Hamas retomem os ataques com foguetes contra o território israelense. A guerra causou descontentamento crescente no mundo muçulmano, conforme aumenta o número de mortos. Desde seu início, a ofensiva em Israel matou pelo menos 704 palestinos, incluindo 220 crianças, e feriu outras 3.100, segundo médicos da Faixa de Gaza. As informações são da Dow Jones.

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