Líder militar vê possibilidade de novo golpe na Tailândia

Os poderosos líderes militares da Tailândia indicaram nesta quinta-feira (29) que poderá ocorrer e, breve um golpe no país. A tensão aumentou por causa de acusações contra um ministro e pelas críticas de grupos oposicionistas que prepararam um grande protesto.

Rumores sobre um possível golpe circulam nas ruas da capital do país, Bangcoc. Os partidos de oposição e o Exército endureceram as acusações nos últimos dias contra Jakrapob Penkair, ministro do atual governo acusado de insultar o rei Bhumibol Adulyadej.

Os militares são bastante fiéis ao palácio real. No passado, já usaram supostos ataques à monarquia para desfechar alguns dos vários golpes pelos quais o país passou. A realeza tailandesa também é benquista pela população.

O último deles ocorreu em 2006, após meses de protestos nas ruas contra o então primeiro-ministro, Thaksin Shinawatra. O político se exilou, mas em seguida retornou e hoje responde junto com familiares a acusações de corrupção.

"Nenhum soldado quer dar um golpe para derrubar o governo, mas eu não posso garantir que não haverá mais golpes", disse o supremo comandante militar general Boonsang Niempradit a repórteres. O oficial pediu ao ministro que se afaste.

A situação política levou o comandante do 1º Exército, sediado em Bangcoc, a voltar ao país, segundo o jornal Bangkok Post. A instabilidade também afetou a bolsa de valores tailandesa, que caiu 2,6 pontos percentuais na quarta-feira, pior marca em quatro meses. A queda seguia nesta quinta-feira.

Um grande protesto contra o governo, liderado pela Aliança pela Democracia Popular, está programado para esta sexta-feira. A manifestação pedirá a saída do primeiro-ministro Samak Sundaravej, por supostamente tentar emendar a Constituição em seu benefício.

Samak, visto como próximo de Thaksin, é acusado de tentar mudar a legislação para permanecer no poder e evitar que o ex-primeiro-ministro seja processado.

Temendo um golpe militar, o principal partido da coalizão de Samak garantiu que retirará o apoio ao projeto antes de as duas Casas do Parlamento emendarem a Constituição. Um porta-voz da Aliança pela Democracia Popular disse que, caso a emenda seja cancelada, o protesto não ocorrerá.

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