Libéria improvisa equipamentos no combate ao ebola

Mesmo com promessas de mais equipamentos, enfermeiros em um centro de tratamento na Libéria têm de usar pedaços de jalecos para cobrir seus rostos a fim de se protegerem do ebola, informou uma enfermeira nesta quinta-feira.

O surto de ebola na África Ocidental matou 1.900 pessoas e autoridades alertaram que o tempo para controlar a situação está correndo. Na Nigéria, onde previamente os casos estavam relativamente contidos, há uma corrida para localizar pessoas que podem ter sido expostas à doença nas últimas semanas.

O maior obstáculo para conter o surto é a grande carência de equipamentos de proteção para agentes de saúde, em alto risco de contaminação devido a seu contato próximo com doentes. Profissionais de saúde representam cerca de 10% das mortes até o momento. A maior parte dos equipamentos precisa ser destruída após o uso, de modo que as enfermarias precisam ser abastecidas constantemente.

Uma enfermeira no hospital de Monróvia, capital da Libéria, disse que ela e seus colegas precisam constantemente cortar os próprios uniformes e colocá-los na cabeça. Sem material para protegê-los, seus olhos queimam devido ao cloro, usado para desinfetar a enfermaria.

A enfermeira liberiana disse que o medo de ser infectado é diário. “Quando você passa por isso e volta para casa, você deita na cama e se pergunta: ainda estou segura? Ou eu contraí a doença?”, relatou.

A Libéria foi fortemente atingida pelo atual surto, com o maior número de mortes. A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), que coordena diversos centros de tratamento de ebola, disse na última semana que sua clínica em Monróvia está lotada de pacientes e que os médicos não têm mais capacidade de aplicar tratamentos intravenosos.

Organizações internacionais pediram que mais equipamentos sejam entregues, argumentando que é difícil convencer mais profissionais de saúde a trabalharem no surto sem prometer que eles serão protegidos. Fonte: Associated Press.

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