Jornalista da BBC em Gaza é libertado após 114 dias

Visivelmente cansado, mas sorridente, o jornalista britânico Alan Johnston, de 45 anos, reapareceu nesta quarta depois de ter passado 114 dias em confinamento solitário numa sala escura, numa experiência por ele descrita como "ser enterrado vivo". Ele foi seqüestrado em março por integrantes do grupo Exército do Islã, formado por extremistas islâmicos inspirados na rede extremista Al-Qaeda.

Numa entrevista concedida depois da libertação, Johnston contou que o cativeiro foi "em algumas ocasiões aterrorizante" e que esteve "nas mãos de gente perigosa e imprevisível". Johnston explicou que os milicianos do Exército do Islã "ameaçaram" a sua vida "em várias ocasiões" e foram "geralmente rudes" e "desagradáveis" com ele. Mas garantiu que não recebeu maus-tratos físicos durante o cativeiro.

"À medida que o tempo passava, sentia que não me matariam", acrescentou, antes de explicar que o local do cativeiro foi mudado em duas ocasiões. Ele chegou a ficar com as mãos e os tornozelos acorrentados durante 24 horas.

O correspondente da rede britânica BBC, seqüestrado no dia 12 de março, disse que só sentiu próxima sua libertação após a tomada da Faixa de Gaza pelo Hamas, em 14 de junho. Se não fosse pelos "esforços" do movimento islâmico, avaliou, "teria passado muito mais tempo preso".

O jornalista britânico deixou hoje a Faixa de Gaza e foi para Jerusalém. Ele deverá ser levado ao consulado britânico em Jerusalém para depois embarcar de Tel-Aviv para Londres.

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