Israel intervém para salvar casa de colonos judeus

O governo israelense decidiu intervir para tentar salvar uma casa construída ilegalmente por colonos judeus em um bairro palestino de Jerusalém Oriental. A decisão complica ainda mais os já conturbados esforços dos Estados Unidos para recolocar nos trilhos o processo de paz entre israelenses e palestinos.

A aparente expectativa do governo é de que a intervenção no caso amenize o descontentamento com a decisão do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de reduzir o ritmo das obras nos assentamentos judaicos da Cisjordânia ocupada. Ao mesmo tempo, a intervenção provoca novos atritos com os palestinos, que exigem a interrupção das obras nas colônias judaicas e reivindicam o setor tradicionalmente árabe de Jerusalém como capital de seu futuro Estado.

O negociador palestino Saeb Erekat declarou hoje que as tentativas israelenses de fortalecer sua presença em Jerusalém Oriental servem apenas para desencorajar esforços de paz. Tanto israelenses quanto palestinos reivindicam Jerusalém como capital. A cidade – sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos – foi capturada por Israel em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias.

Anos mais tarde, o governo israelense anexou a cidade e a declarou sua capital “eterna e indivisível”. As iniciativas israelenses, no entanto, são rechaçadas pela comunidade internacional, que defende uma solução negociada. Os palestinos reivindicam o setor árabe da cidade, conhecido como Jerusalém Oriental, como capital de seu futuro Estado independente e soberano.