Iranianos vão às urnas para escolher presidente

Os iranianos lotaram os postos de votação hoje após uma campanha eleitoral sem precedente no país. A disputa presidencial pode ser considerada a mais concorrida desde a fundação da República Islâmica, há 30 anos. O atual presidente conservador, Mahmoud Ahmadinejad, enfrenta alguns desafios para se manter na presidência do país. Hossein Mousavi, ex-primeiro-ministro e candidato, surgiu como o maior deles.

A eleição no Irã está sendo atentamente acompanhada em Washington e em outras capitais do Oriente Médio. Uma derrota de Ahmadinejad poderia reduzir a tensão entre a administração Obama e Teerã e Mousavi é visto como uma contraparte mais pragmática em qualquer diálogo de cúpula entre os Estados Unidos e o Irã. Caso Ahmadinejad saia vitorioso, o presidente conservador terá de decidir como responderá à oferta do presidente dos EUA, Barack Obama, de reabrir um diálogo depois de um congelamento das conversas diplomáticas por 30 anos.

As urnas foram abertas próximo à meia-noite de ontem (pelo horário de Brasília) e devem ser fechadas próximo às 10h de hoje (de Brasília), mas este horário tende a ser estendido se o comparecimento às urnas for alto, como é esperado. Os iranianos expatriados também votam. No consulado de Dubai havia uma longa fila de pessoas aguardando para votar.

Resultados preliminares devem ser divulgados esta noite pelo horário de Brasília, primeiras horas do sábado pelo horário local de Teerã. Mas os resultados oficiais devem sair somente após 24 horas do fechamento das urnas, senão mais tarde.

Se nenhum candidato obtiver mais de 50% dos votos hoje, a disputa irá para um segundo turno, em votação prevista para 19 de junho, entre os dois mais votados. O líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, que tem a palavra final sobre todas as questões de Estado, elogiou a campanha por sua natureza “passional mas pacífica”, segundo a TV estatal Press TV.

A campanha acirrou-se nos últimos dias, com os milhares de seguidores de Mousavi enfrentando de maneira aberta e agressiva – embora pacífica – os seguidores de Ahmadinejad ontem à noite na capital. As campanhas de Mousavi e de seu colega reformista Mehdi Karroubi atraíram atenção nas últimas semanas. Ambos candidatos empenharam-se em maximizar o nível de comparecimento às urnas da classe média urbanizada, tradicionalmente baixo.

Mas Ahmadinejad mantém sua popularidade no país, de mais de 70 milhões de pessoas e apenas 46 milhões votantes, particularmente nas regiões rurais e entre os eleitores mais pobres, que continuam apoiando suas políticas econômicas populistas. As informações são da Dow Jones.

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