Irã testa mísseis de médio e longo alcances

O Irã testou nesta quarta-feira (9) nove mísseis de médio e longo alcances perto do Estreito de Ormuz, uma pequena faixa de água por onde passa 40% do suprimento de petróleo do mundo. Teerã vem reiteradamente ameaçando fechar o estreito e os testes provocaram um aumento de US$ 2 no preço do barril de petróleo.

O Irã também advertiu aos EUA e Israel que está pronto para retaliar se for atacado por causa de seu polêmico programa nuclear. Israel – que está a mil quilômetros da fronteira iraniana – e muitas bases militares dos EUA no Oriente Médio poderiam ser facilmente atingidos por alguns dos mísseis testados ontem pela Guarda Revolucionária, entre eles o Shahab-3, que teria 2 mil quilômetros de alcance.

Segundo o general Hossein Salami, comandante da força aérea da Guarda Revolucionária, a demonstração de força teve como objetivo "mostrar nossa determinação e poder contra os inimigos, que nas últimas semanas ameaçaram o Irã com uma linguagem dura".

Os EUA dizem que buscam resolver pela via diplomática a disputa sobre o programa nuclear iraniano, mas todas as opções estão sobre a mesa. Israel, por sua vez, recentemente indicou que poderia atacar as instalações nucleares do Irã.

O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, declarou nesta quarta-feira que os EUA não estão perto de um confrontação com o Irã. Mas ele e a secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, disseram que os testes de mísseis provam que o Irã é uma ameaça e destacaram a necessidade do sistema de defesa antimísseis no Leste Europeu – que a Rússia é totalmente contra.

Especialistas militares russos deram pouca importância aos testes do Irã, destacando que o país levará entre oito e dez anos para obter mísseis balísticos intercontinentais. "Estamos certos de que a indústria iraniana não está pronta para produzir os mísseis intercontinentais, contra os quais os EUA estão instalando um sistema de defesa na Polônia e na República Checa", declarou o general da reserva Victor Yesin.

A Casa Branca advertiu o Irã de que deve "abster-se de maiores testes de mísseis se busca verdadeiramente conquistar a confiança do mundo". O subsecretário de Estado para Assuntos Políticos, William Burns, declarou hoje à Comissão de Assuntos Exteriores da Câmara que o Irã obteve apenas "um modesto" avanço em seu programa nuclear por causa das sanções dos EUA e da ONU.

Em Jerusalém, Mark Reguev, o porta-voz do premiê Ehud Olmert disse que "Israel não busca a guerra nem hostilidades com o Irã" No entanto, ele destacou que ninguém na comunidade internacional deveria ser indiferente aos programas nuclear e de mísseis balísticos do Irã.

A França recebeu com "preocupação" os testes de mísseis, enquanto que a Grã-Bretanha disse que eles "somente servem para reforçar sua inquietação sobre as intenções iranianas". A Alemanha lamentou que o Irã tenha respondido à oferta de incentivos das grandes potências com um gesto de má vontade.

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