Incidentes violentos marcam o 1º de maio

Milhares de trabalhadores de todo o mundo marcharam nesta quinta-feira (1), no Dia do Trabalho, para pedir salários dignos e protestar contra o aumento dos alimentos básicos. Em Istambul, uma das principais cidades da Turquia, a manifestação pelo 1º de Maio acabou com violentos confrontos entre as forças de segurança e as milhares de pessoas que desafiaram a proibição do governo, que vigora desde 1977, e tentaram chegar à Praça Taksim. A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e jatos d’água para dissolver a marcha. Pelo menos 6 policiais ficaram feridos e 505 pessoas foram presas.

Em Hamburgo, na Alemanha, manifestantes de esquerda incendiaram automóveis e atacaram a polícia com pedras no Dia do Trabalho mais violento em anos da cidade portuária. O distúrbio ocorreu quando mais de 6 mil manifestantes de esquerda protestavam contra uma marcha da extrema direita. A polícia teve de usar jatos d’água para dispersar a multidão e prendeu várias pessoas. Também ocorreram incidentes em Nuremberg e Berlim.

Dezenas de milhares de pessoas marcharam nas principais cidades da França em defesa de um maior poder aquisitivo, do emprego, das aposentadorias e da regularização dos imigrantes ilegais. Na Espanha, o 1º de Maio foi marcado pela explosão de três bombas no País Basco, possivelmente colocadas pela organização separatista ETA. As explosões não deixaram vítimas. Nos países asiáticos, os primeiros a celebrar o 1º de Maio, as reclamações foram similares ao restante do mundo: melhores salários e medidas contra o aumento da inflação.

Na Rússia, milhares de comunistas e ativistas da oposição realizaram marchas separadas em Moscou e em outras grandes cidades, como Vladivostok (extremo oriente) e Ekaterinburgo (Urais). Contudo, o feriado perdeu muito do significado para muitos russos desde o fim da era soviética, quando o 1º de Maio era a principal celebração da solidariedade do trabalhador e da força soviética. Muitos russos usam o feriado agora para passarem o final de semana prolongado em suas casas de campo.

Na América Latina, pelo menos uma policial ficou ferida e 96 pessoas foram detidas em Santiago, no Chile. A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar uma marcha, que reuniu 15 mil pessoas, depois que jovens anarquistas lançaram tinta, pedras e garrafas contra um banco local.

Em Cuba, o governo exortou o povo a trabalhar mais e aumentar a produção durante a parada do Dia do Trabalho nesta quinta-feira (1), refletindo o estilo mais capitalista do novo presidente Raúl Castro. Os participantes da marcha dançavam, cantavam, sacudiam cartazes e gritavam "Longa vida a Fidel! Longa vida a Raúl!". Raúl Castro, que sucedeu seu irmão Fidel como presidente em fevereiro, não discursou durante a parada, mas sorriu e saudou as centenas de milhares de pessoas que passavam diante do palanque na Praça da Revolução.

Por décadas, o Dia do Trabalho em Cuba tinha como características os longos discursos de Fidel e líderes estrangeiros, assim como produções musicais. Mas Raúl tem uma reputação de pragmatismo e eficiência calculada. O único orador do evento foi o líder do sindicato de trabalhadores comunistas Salvador Valdés Mesa, que pediu aos trabalhadores das empresas estatais para eliminarem as "ineficiências e os pontos fracos" nos locais de trabalho. As informações são de agências internacionais.

Voltar ao topo