Incêndios dobram índice de mortalidade em Moscou

O número de mortes diárias ocorridas em Moscou dobrou para 700 enquanto a cidade é tomada por uma névoa provocada pelos incêndios florestais que ocorrem nos arredores. O responsável pela área de saúde da capital da Rússia, Andrei Seltsovky, disse que as semanas de altas temperaturas sem precedentes e a sufocante névoa são responsáveis pelo aumento da mortalidade na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo agências de notícias russas, ele disse que os necrotérios da cidade estão com 1.300 corpos, perto de sua capacidade máxima.

A névoa cobriu hoje Moscou pelo sexto dia consecutivo. As concentrações de monóxido de carbono e outras substâncias venenosas estão de duas a três vezes maiores do que é considerado seguro. Esses poluentes transportados pelo ar atingiram concentração recorde no final de semana, excedendo os limites seguros em quase sete vezes.

Cerca de 550 focos de incêndio foram registrados em todo país hoje, principalmente na parte oeste. Cerca de 40 ocorrem ao redor de Moscou, segundo o Ministério para Situações de Emergência. Os incêndios são causados pela onda de calor mais intensa em 130 anos de registro. As temperaturas têm chegado a máximas de 38ºC, enquanto a média para o verão é de 24ºC. Segundo a previsão do tempo, a situação não vai mudar nesta semana.

 

Chefe do serviço de meteorologia da Rússia, Alexander Frolov disse que, de acordo com documentos históricos, esta onda de calor pode ser a pior em até 1.000 anos. “Nossos ancestrais não observaram ou registraram um calor como este em 1.000 anos”, afirmou Frolov, em coletiva de imprensa. “Este fenômeno é absolutamente único.” Segundo ele, o calor em Moscou reflete a crescente volatilidade do clima global.