Greve tira Le Monde das bancas

O jornal francês Le Monde não chegará às bancas francesas, pela segunda vez em sua história, por causa da greve realizada em protesto contra o plano de reestruturação da empresa, que prevê a demissão de 130 funcionários.

Trata-se da primeira vez em que o jornal não foi publicado por um motivo trabalhista interno, já que em 1976 o protesto foi contra a aquisição do jornal France Soir pelo magnata da mídia Robert Hersant.

Desta vez, os trabalhadores do jornal lutam contra o plano de reestruturação anunciado na última semana pela direção, que prevê a supressão de 85 postos de jornalistas – um quarto da redação – e de 45 vagas no setor administrativo para enfrentar a dívida da empresa. O projeto também prevê a venda de algumas das filiais do grupo consideradas "deficitárias e não estratégicas".

A direção da empresa afirmou que com este plano economizará milhões de euros e permitirá encontrar o equilíbrio financeiro em 2009 e entrar em área de lucros a partir de 2010.

O jornal, que diz ser lido por aproximadamente 2 milhões de pessoas, é um dos mais influentes do país. Mas, como outros jornais, tem sofrido com o aumento nos custos de produção, a queda na receita de publicidade, a crescente competição com a internet e a popularidade das revistas semanais.

O movimento dos funcionários do Monde recebe apóio dos trabalhadores do site da publicação, que não serão atingidos pela reforma, mas pararam em solidariedade aos companheiros.

Além disso, os sindicatos de jornalistas lançaram uma convocação para todos os redatores de Paris compareçam a uma manifestação diante da sede do Le Monde. Os sindicatos se opõem ao plano de venda de filiais e pedem à diretoria que as demissões sejam negociadas.

Mas o presidente do jornal, Eric Fottorino, defendeu o plano em declarações feitas à imprensa local, nas quais se declarou determinado a concluir a reforma anunciada.

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