França visita Chávez e Uribe para tentar novo intercâmbio humanitário

A viagem do ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, à Colômbia, ao Equador e à Venezuela (iniciada hoje) atesta os esforços da França para conseguir a libertação de Ingrid Betancourt e de outros reféns em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). É o que afirma o embaixador francês em Bogotá, Jean-Michel Marlaud, em declarações à Rádio Caracol.

Os analistas não acreditam que a visita de Kouchner à zona possa trazer alguma novidade, após a crise desatada com o ataque militar colombiano a um acampamento guerrilheiro no Equador — quando foi assassinado o porta-voz internacional das Farc, Raúl Reyes, em 1º de março. Ainda assim, a França tenta avaliar junto aos países envolvidos uma estratégia de retomada das negociações com a guerrilha.

Tanto o presidente venezuelano Hugo Chávez como o novo porta-voz das Farc, Ivan Marquez, afirmam que a morte de Reyes "pulverizou" as possibilidades de um acordo humanitário que libertasse a franco-colombiana Ingrid Betancourt, seqüestrada há mais de seis anos.

Marquez reafirma que "não haverá mais nenhuma libertação unilateral" de reféns após o ataque colombiano, deixando entender que será muito difícil avançar nas negociações com Álvaro Uribe no poder da Colômbia.

Já Chávez diz que perdeu todos os seus contatos com as Farc após a morte de Reyes e não poderá mais mediar o intercâmbio humanitário, mesmo com os insistentes pedidos do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e do governador do Novo México (Estados Unidos), Bill Richardson.

O ministro colombiano das Relações Exteriores, Fernando Araujo, disse hoje à Rádio RCN que "Kouchner é bem-vindo", mas "não se deve criar falsas expectativas" quanto às possibilidades de libertação de reféns.

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