Fidel surpreende em retorno com discurso de 11 minutos

Fidel Castro, com aparência saudável e vivaz, fez um apelo ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para que evitasse uma guerra nuclear mundial, durante um discurso hoje, que marcou sua primeira manifestação oficial pública desde a cirurgia feita há quatro anos. O discurso ao parlamento Cubano, junto com outras recentes aparições, levantou questionamento sobre se Fidel retomaria o papel de líder do país.

Castro, que fará 84 anos em uma semana, chegou nos braços de um subordinado, acenando e sorrindo para a multidão que o aplaudia. “Fidel, Fidel, Fidel” e “vida longa a Fidel” eram os gritos que se ouviam. Vestindo farda verde oliva sem insígnias militares, ele imediatamente se dirigiu ao púlpito e fez um discurso inflamado de 11 minutos sobre seus temores sobre uma guerra nuclear global iminente. Ele implorou a Obama e a outras nações ricas que assegurassem que uma ocorrência como esta não se realize.

Então, Castro se sentou próximo ao líder do Parlamento, Ricardo Alarcon, em vez de se sentar na cadeira vazia que os parlamentares haviam separado durante sua ausência e em sua homenagem. O atual presidente Raul Castro sentou no outro lado do palanque, de onde ouvia atentamente e tomou notas à medida que o irmão mais velho falava.

Os parlamentares também falaram depois do discurso de forma entusiasmada a Fidel Castro sobre sua recuperação e aparência saudável. Ao ser questionado por um parlamentar se Obama seria capaz de iniciar uma guerra nuclear, Castro respondeu: “não. Não se nós o persuadirmos”. Ele bateu a mão na mesa para ênfase e então se silenciou, aparentemente surpreendendo a multidão acostumada há tempos aos discursos com horas de duração pelos quais ficou famoso nos seus 49 anos de poder.

A participação de Fidel Castro na sessão legislativa deste sábado marca seu primeiro ato oficial governamental e a primeira aparição conjunta com Raul, desde a cirurgia de intestino feita de emergência em 2006.

A participação na sessão levanta questões sobre seu papel futuro no governo cubano. Mesmo antes que a participação de Fidel fosse confirmada, líderes cubanos e a mídia estatal haviam começado a tratá-lo como “comandante-em-chefe”, um título que ele tem evitado desde que passou o cargo ao irmão que é cinco anos mais novo, depois da cirurgia.

Recentemente, Fidel estava aparecendo nos arredores de Havana quase que diariamente, falando a grupos de intelectuais cubanos e durante encontros da juventude comunista, e até mesmo fez uma viagem ao aquário de Havana, para ver uma apresentação de golfinhos.

Castro, que havia escrito sobre guerra nuclear, diz que os Estados Unidos e Israel irão atacar o Irã e que Washington também poderia mirar a Coreia Norte. Ele havia sugerido que o conflito teria consequências como o Armagedon para o mundo todo.

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