Explosões ampliam tensão no Tibete

Explosivos atingiram na segunda-feir (9) um carro de polícia e um caminhão de bombeiros em uma cidade na Província de Qinghai, no platô tibetano, na véspera do aniversário de 50 anos do levante contra o domínio da China que levou ao exílio do dalai-lama na Índia. De acordo com o governo, as explosões ocorreram na cidade de Golog e não deixaram vítimas. No domingo, dezenas de tibetanos haviam saído às ruas da mesma cidade para protestar contra a decisão da polícia de parar um caminhão de madeira para verificar a identidade do motorista, num sinal do grau de tensão existente no Tibete e nas províncias vizinhas habitadas por tibetanos – Qinghai, Sichan, Gansu, Yunnan e Xinjiang.

Há exatos 50 anos, centenas de tibetanos entraram em choque com tropas do Exército de Libertação Popular, em uma tentativa de obter independência da China. O movimento foi derrotado, mas manifestações de grandes proporções voltaram a ocorrer em 1989 e 2008. No ano passado, monges saíram às ruas de Lhasa para lembrar o levante de 1959 e pedir a volta do dalai-lama, o líder espiritual dos tibetanos que se exilou em Dharamsala, na Índia.

Os protestos degeneraram em violência em 14 de março, quando grupos de tibetanos atacaram lojas de propriedade dos chineses han, a etnia majoritária no país, com 91,7% da população. O governo chinês afirma que 18 civis, 1 policial e 3 monges morreram nos confrontos. Os tibetanos no exílio afirmam que o número de vítimas chega a 140 em toda a região. O governo de Pequim enviou nas últimas semanas milhares de soldados ao Tibete e às províncias vizinhas para tentar evitar que as manifestações do ano passado se repitam. A vigilância nas ruas e nos mosteiros foi intensificada e entidades ligadas aos exilados afirmam que a região vive sob uma lei marcial não declarada.

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