Ex-rebelde é favorito para eleições em El Salvador

Mais de 4 milhões de salvadorenhos irão às urnas no domingo em um cenário polarizado. Pela primeira vez o candidato da ex-rebelde Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), Mauricio Funes, aparece como favorito nas pesquisas e tem chances reais de chegar à presidência.

As perspectivas de triunfo da esquerda polarizaram o ambiente. Os candidatos de partidos menores se retiraram da disputa e somente restaram Rodrigo Avila, da governista Aliança Republicana Nacionalista (Arena), e Mauricio Funes. A pesquisa mais recente do Instituto Universitário de Opinião Pública, da Universidade Católica Centro-Americana, registrou 17 pontos porcentuais de vantagem de Funes sobre Ávila.

“Fazemos um chamado às instituições e pessoas por um processo eleitoral transparente”, pediu a Conferência Episcopal Católica em comunicado. O chefe da missão de observadores da União Europeia, o espanhol Luis Yáñez Barnuevo, pediu aos salvadorenhos que votem “com liberdade, sem medo, com tranquilidade, sem violência e com a consciência de seu protagonismo nesse processo”.

A campanha eleitoral que se encerrou na quarta-feira foi marcada por acusações mútuas e insultos que recordaram os anos da guerra civil (1980-2002), nos quais mais de 75 mil foram mortos. A Arena utilizou na campanha uma retórica semelhante à da Guerra Fria, afirmando que a ascensão da FMLN seria o equivalente a entregar o poder ao regime comunista cubano ou ao presidente venezuelano, Hugo Chávez. Mas Funes começou a angariar aliados entre setores militares, empresariais e políticos, que buscam uma mudança após 20 anos de Arena no poder.

Avila promete melhorar a qualidade de vida das famílias mais pobres. Além disso, prometeu mais 250 mil empregos e incentivos fiscais às empresas que contratem jovens. Já Funes prega em sua campanha que “nasce a esperança, vem a mudança”. Além disso, afirma que a situação “fracassou” na resolução dos problemas sociais. Aproximadamente 4,2 milhões de salvadorenhos maiores de 18 anos, em uma população de 6,6 milhões de habitantes, estarão aptos a votar.

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