Vulcão

Europa: metade dos voos deve ser realizada hoje

Alguns aeroportos europeus reabriram hoje e outros devem abrir progressivamente ao longo do dia. Controladores do tráfego aéreo deram sinal verde para a retomada dos voos comerciais, mas as condições permaneciam variáveis em diversos locais e algumas companhias tinham dificuldades para fazer planos. A Eurocontrol, agência que coordena o tráfego aéreo em 38 países da Europa, afirmou prever que 14 mil voos sejam realizados hoje. O número é praticamente a metade da média em um dia normal, que oscila entre 27 mil e 28 mil voos.

Os cancelamentos são causados pelas cinzas do Eyjafjallajokull. O vulcão da Islândia entrou em erupção na quarta-feira passada e lançou grandes quantidades de cinza sobre a Europa. Há o temor de que as partículas causem danos aos motores dos aviões e possíveis acidentes. O serviço de controle de tráfego aéreo britânico (NATS, na sigla em inglês) informou que as últimas informações sobre o vulcão são de que a situação “hoje continuará a ser variável”.

Uma nova nuvem com cinzas vulcânicas do Eyjafjallajokull passará pelo Reino Unido e Dinamarca, mas não pela França, previu hoje o Centro Consultivo Europeu sobre Cinza Vulcânica. A nova nuvem de cinza deve chegar aos céus europeus hoje e o Reino Unido, em particular, deve sofrer mais transtornos.

Já a geofísica Sigrun Hreinsdottir, da Universidade da Islândia, afirmou que não houve sinais de aumento na atividade vulcânica hoje. Segundo a especialista, a tendência é que o vulcão perca força. Gudrun Nina Petersen, do Escritório Meteorológico Islandês, disse que o vulcão agora estava claramente expelindo menos cinzas.

Os aeroportos na Escócia e no norte da Inglaterra reabriram hoje. Um porta-voz do operador de aeroportos BSS confirmou que os aeroportos em Glasgow, Edimburgo e Aberdeen estavam operando, mas outros – entre eles Heathrow, Stansted e Southampton – seguiam fechados. A Alemanha e a França devem reabrir hoje seus espaços aéreos.

Companhias

As companhias aéreas se apressavam para tirar suas aeronaves do solo. A alemã Lufthansa operará cerca de 200 voos hoje, entre eles a maioria dos adiados em dias anteriores, disse uma porta-voz. O ministro da Ecologia da França, Jean-Louis Borloo, disse à rádio RTL que três quartos dos voos internacionais previstos devem partir dos aeroportos de Roissy e Orly. A Air France-KLM afirmou que suas operações nesses dois aeroportos deve voltar ao normal.

A KLM, braço holandês da Air France-KLM, informou ter retomado a maioria de seus voos intercontinentais e mais da metade de suas operações na Europa hoje. A companhia informou que trabalhava para levar os passageiros presos de volta para suas casas o mais rápido possível.

Já a British Airways ainda esperava para saber quando poderá retomar os voos em Londres. Apesar disso, alguns voos na capital britânica vindos da Ásia, da costa oeste dos Estados Unidos, do México e das Ilhas Maurício já partiram e devem chegar ao Reino Unido ainda hoje, informou uma porta-voz da empresa. A funcionária explicou que a empresa tem um plano de contingência, caso os aeroportos londrinos permaneçam fechados.

Previsão

“Dadas as condições meteorológicas, a cinza vulcânica deve passar sobre a parte sul do Mar do Norte, as Ilhas Britânicas, Dinamarca, Escandinávia e talvez o extremo norte da França”, disse o meteorologista Didier Rosenblatt.

Companhias aéreas e operadores de turismo continuavam a estimar o impacto financeiro do caos. A companhia irlandesa Aer Lingus calculou custos totais com os cinco dias de problemas entre 15 milhões e 20 milhões de euros. A companhia previu que o custo diário do problema varia entre 4 milhões e 5 milhões de euros, como resultado das perdas nos negócios e no apoio aos passageiros que não podem voar.

O setor industrial também sente o problema nas rotas globais. A japonesa Nissan Motor informou hoje que suspenderá temporariamente parte de suas linhas de produção domésticas, pois não conseguia importar sensores da Irlanda.

A erupção do Eyjafjallajokull começou no fim da quarta-feira. O vulcão islandês deixou pelo menos oito milhões de passageiros em terra e custou às companhias aéreas pelo menos US$ 1 bilhão. As informações são da Dow Jones.

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