Outra forte erupção do Vulcão Merapi matou pelo menos 78 pessoas ontem na Indonésia. Casas e árvores foram incendiadas pela avalanche de gases e cinza incandescentes que desceu a montanha. Pelo menos 150 pessoas ficaram feridas, com queimaduras e fraturas, ou tiveram problemas respiratórios. Nos últimos dez dias, o número de mortos pelo vulcão chegou a 122.
A erupção de ontem foi considerada por especialistas a mais forte ocorrida no Merapi desde 1870. Ao todo, cerca de 60 milhões de metros cúbicos de detritos vulcânicos foram lançados na atmosfera. Depois da primeira explosão, o vulcão passou todo o dia expelindo nuvens de cinzas, que chegaram a mais de 10 mil metros de altura e cobriram janelas de carros estacionados a até 480 km do local.
Cerca de 30 mil pessoas buscaram abrigo ontem em um estádio na cidade de Yogyakarta. As autoridades do país ampliaram ontem a “zona de perigo”, de onde a população está sendo obrigada a se retirar, para um raio de 20 km no entorno da cratera. As vítimas eram habitantes dos povoados de Argomulyo e Bronggang, localizados a 12 km do vulcão.
A camada de cinzas sobre as ruas chegou a 30 centímetros. Segundo a polícia local, a maioria dos corpos foi encontrada fora das casas, dando a impressão de que as pessoas tentavam fugir do gás sufocante quando foram atingidas pela erupção, que ocorreu pouco antes da zero hora de ontem. “O calor nos cercou e havia poeira branca em todo o lugar. Vi pessoas correndo, gritando na escuridão. Mulheres tão assustadas que desmaiavam. Houve uma explosão que parecia de uma guerra. E ficou pior”, disse Niti Raharjo, de 47 anos, que foi arremessado de sua moto junto com o filho de 19 quando ambos tentavam fugir da erupção. Ambos sofreram queimaduras.
O Merapi já havia matado 44 pessoas desde que entrou em erupção no dia 26, menos de 24 horas depois de um tsunami matar 428 pessoas nas ilhas Mentawai, a oeste da Indonésia. Até ontem, o vulcão havia desabrigado quase 170 mil pessoas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.