Enviado dos EUA discutirá na Síria paz no Oriente Médio

George Mitchell, enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, chegou neste sábado à capital da Síria, Damasco, em sua segunda visita ao país desde que assumiu o posto. Em junho, ele tornou-se a primeira autoridade norte-americana a visitar Damasco desde 2005. Na ocasião, ele reconheceu o poder político local e disse que o governo sírio tinha um papel-chave na promoção da paz na região.

Mitchell não deu declarações à imprensa ao desembarcar no aeroporto da capital, hoje. Ele deve encontrar-se com o presidente sírio, Bashar Assad, amanhã para discutir as relações entre os dois países e a perspectiva de retomar as negociações de paz entre Síria e Israel. Depois, ele irá a Jerusalém como parte dos esforços do governo norte-americano para reativar as negociações de paz entre Israel e Palestina.

Autoridades da administração Barack Obama tiveram uma série de encontros na Síria e esperam que o esforço diplomático encoraje Damasco a ter um papel positivo tanto no processo de paz do Oriente Médio quanto no Iraque. A Síria é vista como um jogador importante por conta de seu apoio ao grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, pelo suporte ao Hezbollah, no Líbano, e por suas conversações intermitentes com Israel. O país também tem laços estreitos com o Irã. A Turquia já declarou estar preparada para voltar a ser a mediadora da paz no Oriente Médio.

Antes da chegada de Mitchell, o ministro do Exterior da Síria, Walid al-Moallem, disse que o país está trabalhando para reconstruir sua relação diplomática com os Estados Unidos, que retirou seu embaixador local em 2005 para protestar contra o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês, Rafik Hariri, em Beirute. Muitos políticos locais culparam a Síria pela execução, o que o país nega.

A administração Obama disse no mês passado que planeja enviar um embaixador ao país, mas não disse quando. Os EUA aumentaram a pressão sobre os países árabes para ajudar a retomar as negociações de paz entre Palestina e Israel. Apesar disso, o governo norte-americano renovou as sanções econômicas da Era Bush contra a Síria em maio para pressioná-la a cooperar.