Ditador mente sobre massacre de Houla, dizem EUA

Os Estados Unidos voltaram a afirmar hoje que o ditador da Síria, Bashar Assad, mente sobre a autoria do massacre de Houla, em que 108 pessoas morreram no dia 25.

Em comunicado, a Casa Branca declarou que o ditador voltou a mentir sobre as mortes em pronunciamento ontem. “Os massacres dos quais o regime de Assad participa e agora nega são evidência da necessidade de uma transição política nesse país”, afirmou o porta-voz de Washington, Jay Carney.

Ontem, Assad afirmou, em discurso no Parlamento da Síria, constituído após as eleições de maio, que existe uma “conspiração” internacional contra a Síria, que o país enfrenta uma “verdadeira guerra” e que é preciso distinguir entre a “política e o terrorismo” para solucionar a atual crise.

O ditador sírio pediu que as pessoas envolvidas na violência e que não cometeram delitos de sangue se entreguem, às quais se comprometeu não punir. “Vamos continuar a enfrentar o terrorismo de forma firme, deixando a porta aberta para aqueles que quiserem voltar”, afirmou. “Peço a todos aqueles que ainda hesitam em fazê-lo, para dar esse passo. O Estado não vai retaliar.”

Após evidenciar que os atos de violência aumentaram enquanto continua o processo político, o líder destacou que a Síria “não enfrenta um problema político, mas um projeto para a destruição da nação cujo instrumento é o terrorismo”. Para Assad, o país está envolvido em uma “verdadeira guerra” contra o terrorismo, que na sua opinião merece um tratamento “diferente ao dos assuntos internos”. “As portas ainda estão abertas para quem queira uma reforma verdadeira”, asseverou Assad, que se mostrou disposto a travar um “diálogo incondicional” e contrário a qualquer “ingerência estrangeira”.

O pronunciamento de Assad aconteceu depois que o enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, alertou do risco de uma guerra civil sectária na Síria, cuja crise começou a ter repercussões em outros países. À falta de avanços do plano de paz proposto por Annan se uniu esta semana a retirada dos embaixadores sírios dos principais países ocidentais, em resposta ao recente massacre de mais de uma centena de pessoas na região de Houla, no centro do país.

Em relação a este episódio de violência, Assad criticou a “difamação das Forças Armadas” e disse que seus inimigos “trabalham para criar uma divisão sectária e esta é sua última carta porque já se esgotaram todas as suas opções”.

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