Crise se agrava na Tailândia, mas premiê não renuncia

O primeiro-ministro da Tailândia, Samak Sundaravej, planeja fazer um pronunciamento à nação no domingo (22), em meio à crise política que se intensificou após ele ter se recusado a autorizar manifestantes da oposição a cercarem o prédio onde fica seu gabinete. Os manifestantes pretendiam manter um cerco à Casa do Governo, sede do governo tailandês, até que o primeiro-ministro renunciasse. No sábado (21), eles ainda ocupavam a área, depois de romperem ontem um cordão de isolamento formado pela polícia.

A crise se agravou nas últimas três semanas, quando os manifestantes tomaram as ruas contra o governo de coalizão. Eles acusam Samak de estar a serviço do primeiro-ministro anterior, Thaksin Shinawatra, deposto em 2006 por um golpe militar após denúncias de corrupção e abuso de poder.

"Nossa posição é clara: continuaremos a protestar e acampar aqui até que este governo, fantoche de Thaksin, saia do poder", disse Suriyasai Katasila, porta-voz do movimento Aliança Popular para a Democracia, que lidera os protestos. O porta-voz do primeiro-ministro, porém, disse que Samak "não se curvará aos pedidos por sua renúncia" e que a exigência é "irracional".

Uma moção de desconfiança contra o governo, apresentada pelo Partido Democrata, de oposição, será debatida no Parlamento na terça e na quarta-feira, segundo o presidente do congresso, Chai Chidchob. Suriyasai, no entanto, afirmou que a discussão não resolverá o problema. "A Aliança Popular para a Democracia acha que a decisão do governo de permitir uma moção de desconfiança no Parlamento é uma manobra política para aliviar a tensão", declarou. "Mas a decisão chegou atrasada".

De acordo com o líder da Aliança, nem a renúncia seria suficiente porque os manifestantes querem o fim do Partido do Poder Popular, de Samak. Eles consideram que o partido é uma reencarnação do extinto partido de Thaksin.

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