A Costa Rica tem tudo pronto para pedir, na Corte Internacional de Justiça, em Haia (Holanda), medidas urgentes contra os trabalhos realizados pela Nicarágua no leito do rio San Juan, fronteira entre os dois países, além da ocupação militar de um trecho de território que considera costa-riquense.
O embaixador da Costa Rica na Holanda, Jorge Urbina, disse hoje que a delegação oficial liderada pelo representante da Costa Rica na corte, Edgar Ugalde, chegará no próximo sábado à Holanda para as audiências marcadas para o período entre 11 e 13 da janeiro.
“Vendo a iminência de um dano (ambiental) irreparável em razão dos trabalhos que a Nicarágua está realizando e da ocupação de nosso território por parte das forças nicaraguenses, a Costa Rica decidiu em primeiro lugar solicitar à Corte medidas urgentes”, afirmou o diplomata, em entrevista à emissora local de rádio ADN.
Ele informou que o país cumpriu os requisitos exigidos para a Corte para que o tema seja examinado e assinalou que entre as medidas solicitas há algumas relacionadas ao dano ambiental causado pela dragagem do San Juan, a necessidade de estudos técnicos e medidas de contingência para não prejudicar o território costa-riquense.
Em dezembro, a Costa Rica manifestou sua vontade de participar de uma nova tentativa de conciliar a disputa com a Nicarágua, sob o auspício de vários países amigos que se reunirão no México a partir de 17 de janeiro, embora tenha esclarecido que a delegação irá ao país para conhecer as propostas e não para negociar diretamente. A presidente Laura Chinchilla afirmou que qualquer negociação só será possível quando a Nicarágua retirar suas forças militares.
O conflito teve início em outubro e a tentativa de resolver a questão na Organização dos Estados Americanos (OEA) e em outras instâncias multilaterais não deu resultado. A Nicarágua diz que está atuando dentro da legalidade tanto no que diz respeito à dragagem do rio quanto na instalação de uma acampamento militar no território denominado ilha Calero. As informações são da Associated Press.