Congressista republicano soube de caso de ex-diretor da CIA

O líder republicano na Câmara dos Representantes (equivalente americano à Câmara dos Deputados), Eric Cantor, soube em outubro do caso extraconjugal do ex-diretor da CIA David Petraeus, de acordo com a emissora americana CNN.

Petraeus renunciou ao cargo na última sexta-feira, admitindo ter tido um caso fora do casamento. O FBI (polícia federal americana) descobriu o fato quando investigava ameaças enviadas por e-mail por sua biógrafa e amante, Paula Broadwell, a Jill Kelley, outra mulher ligada a Petraeus.

De acordo com o porta-voz do congressista, Cantor conversou no final de outubro com um agente do FBI, que lhe revelou o caso extraconjugal de Petraeus. Ele era o único congressista ciente da investigação.

O FBI está atualmente sob pressão da opinião pública por não ter divulgado o caso anteriormente. Diversos congressistas protestaram contra a demora em serem comunicados do assunto.

O FBI se defende dizendo que o assunto era delicado, pois envolvia a segurança do país, e diz que não havia concluído ainda suas investigações. De acordo com o jornal americano “New York Times”, o Departamento de Justiça também foi informado sobre o romance de Petraeus no final do verão americano, em setembro.

As leis militares dos Estados Unidos proíbem o adultério. Na CIA, ele pode ser considerado uma questão de segurança nacional, já que torna o adúltero um possível alvo de chantagens.

Amante 2

A mulher ameaçada por Paula Broadwell é Jill Kelley, segundo o “New York Times”. Ela se queixou ao FBI de ter recebido diversos e-mails ameaçadores. Essa investigação levou o FBI a descobrir que Petraeus e Broadwell tinham um caso.

Kelley e seu marido Scott se tornaram amigos da família de Petraeus há alguns anos, quando ele chefiava o Comando Central das Forças Armadas, sediado na base aérea MacDill, na cidade de Tampa. Jill Kelley trabalhava como voluntária no local, ajudando militares feridos e suas famílias.

O jornal divulgou uma fotografia em que Kelley aparece ao lado de Petraeus e sua mulher, num evento ocorrido na base em 2010.

No domingo, a família de Kelley circulou um comunicado admitindo conhecer os Petraeus há mais de cinco anos, e pedindo respeito à sua privacidade. No entanto, o anúncio não confirmava se ela havia sido de fato ameaçada por Broadwell.

Amante 1

O pivô da renúncia do ex-diretor da CIA é a biógrafa Paula Broadwell, 40, apontada como amante dele. Broadwell escreveu um livro elogioso sobre Petraeus, lançado no início deste ano nos EUA. Para esse trabalho, passou meses ao lado do general no Afeganistão.

De acordo com o “NYT”, o caso entre Petraeus e sua biógrafa começou em 2011, assim que ele se aposentou do Exército, e já tinha acabado há quatro meses.

Nos e-mails dirigidos a Jill Kelley, Broadwell reclamava de um suposto flerte entre ela e Petraeus. A investigação do FBI comprovou que a biógrafa era a autora das ameaças.
Broadwell ainda não se pronunciou sobre o assunto.

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