China se mobiliza para evitar novos desastres após terremoto

A China se mobilizava nesta quarta-feira (28) para manter as rodovias desimpedidas e garantir uma via de acesso aos sobreviventes do devastador terremoto que atingiu o país no último dia 12. Hoje, o governo advertiu para o fato de que o trabalho de reconstrução após o desastre será "árduo".

O terremoto de magnitude 7,9 na escala Richter ocorreu em 12 de maio. Lama e pedras foram lançados em vales, bloqueando vias e atrapalhando os trabalhos de auxílio. Além disso, rios foram bloqueados e formaram-se lagos que sobem de nível rapidamente.

"Nós estamos correndo contra o tempo para reparar a infra-estrutura danificada", disse Mu Hong, vice-diretor da Comissão de Reforma e Desenvolvimento Nacional, principal órgão de planejamento econômico do país. Segundo ele, algumas vias foram reabertas apenas temporariamente. "O alto risco de deslizamentos de lama e terra torna nossos esforços mais difíceis."

Os reparos na infra-estrutura são apenas parte do esforço de reconstrução. Funcionários do governo calculam que o processo todo para reparar os danos causados pelo terremoto deve demorar três anos, na província de Sichuan.

"Por causa da grande magnitude da perda resultante do terremoto, a recuperação da produção e a reconstrução da região atingida pelo terremoto serão árduas em um futuro próximo", afirmou a comissão em comunicado.

Na área do desastre, 158 mil pessoas foram retiradas de suas casas e dezenas de vilas, esvaziadas. O motivo para parte das retiradas é o temor de que o recém-formado lago Tangjiashan inunde uma vasta região antes que soldados e engenheiros possam drená-lo, informou a mídia estatal nesta quarta-feira.

O lago fica a pouco mais de três quilômetros da devastada cidade de Beichuan. Quarenta máquinas, entre elas escavadeiras, trabalhavam no local, inacessível por terra. Helicópteros ajudavam na operação, relatou a agência estatal Nova China.

A imprensa estatal informou que o governo alocou 200 milhões de yuans (US$ 28,6 milhões, ou R$ 47,8 milhões) para enfrentar o problema dos lagos. Na montanhosa província de Sichuan formaram-se 34 lagos, com 28 deles correndo o risco de rompimento e conseqüentes enchentes em algumas regiões.

O número de mortos pelo desastre continua subindo. O gabinete chinês informou nesta quarta-feira que as vítimas fatais confirmadas chegaram a 68.109, aproximando-se das esperadas mais de 80 mil mortes. Há ainda 19.851 desaparecidos.

No Japão, funcionários locais informaram que a China autorizou a entrada de soldados para o trabalho de ajuda. Esse seria o primeiro envio significativo de tropas japonesas ao território chinês desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

O Japão invadiu a China e estabeleceu um governo fantoche na região da Mandchúria em 1932. Em seguida conquistou outras regiões chinesas até ser derrotado pelos Aliados em 1945. A relação bilateral entre China e Japão melhorou recentemente.

Pequim liberou a entrada de funcionários humanitários e médicos de vários países. A medida difere da abordagem adotada até então pelo país, que preferia lidar sozinho com esse tipo de situação e evitava permitir essas entradas.

 

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