China se diz disposta a dialogar com Dalai Lama

Pequim – O governo chinês declarou nesta sexta-feira (25) estar disposto a se reunir com representantes de Dalai Lama, o líder espiritual tibetano, exilado na Índia desde 1959. Um porta-voz do religioso, Tenzin Takla, afirmou, no entanto, que não recebeu até o momento nenhuma comunicação concreta de Pequim.

Takla disse que Dalai Lama está pronto para aceitar a disposição chinesa para uma reunião entre seus representantes e as autoridades de Pequim. "Estamos sempre prontos para acolher um convite", declarou Takla à ANSA.

"Sua Santidade afirmou muitas vezes que está pronto para se reunir cara a cara com enviados do governo chinês. Ele considera que este é o único caminho para resolver a questão tibetana", acrescentou Takla.

O anúncio da disposição chinesa para o diálogo foi dado pela agência Nova China, após a conclusão de uma reunião entre uma delegação da União Européia, comandada pelo presidente da Comissão, José Manuel Durão Barroso, e uma do governo de Pequim, comandada pelo primeiro-ministro Wen Jiabao.

Segundo a Nova China, o diálogo entre ambas as partes será feito a pedido de Dalai Lama. "Em vista dos requerimentos feitos por Dalai Lama para uma reunião de diálogos, os departamentos competentes do governo central irão colocar em andamento nos próximos dias contatos e consultas com um representante particular de Dalai Lama", disse a Nova China.

O governo chinês também expressou o desejo de que através desses contatos o religioso adote "iniciativas concretas para frear as atividades dirigidas a dividir a China", em referência evidente a projetos separatistas no Tibete.

Pouco antes do anúncio da agência chinesa, Durão Barroso havia declarado que esperava novidades sobre um diálogo para resolver o conflito no Tibete, motivo de manifestações recentes, reprimidas duramente pelas forças de Pequim.

Dalai Lama esta hoje em viajem de retorno dos Estados Unidos à Índia, onde durante a próxima semana fará uma série de conferências em Dharamsala, sua residência e sede do que chama de "governo tibetano no exílio".

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