China defende seu veto a resolução sobre Síria na ONU

A China disse nesta segunda-feira que foi forçada a vetar a resolução sobre a Síria na Organização das Nações Unidas (ONU) porque ela foi apresentada antes que as diferenças da proposta fossem acertadas, mas negou que tenha deliberadamente tentado atrapalhar as negociações para encerrar a violência no país.

China e Rússia têm sido alvo a irritação dos Estados Unidos, Europa e da maior parte do mundo árabe por causa do veto, no final de semana, que impediu que a ONU pusesse em ação medidas para encerrar os quase 11 meses de derramamento de sangue na Síria, elevando os temores de que a violência vá se intensificar.

A China afirma que a resolução coloca ênfase indevida na pressão ao governo sírio e prejudica o resultado de qualquer diálogo entre os lados envolvidos.

O veto parece também ter como base na forte oposição chinesa a intervenções humanitárias, decorrente da exaltação à soberania nacional e, acima de tudo, de suas preocupações com regiões rebeldes em seu próprio território, como Xinjiang e Tibete.

O porta-voz do ministério de Relações Exteriores da China, Liu Weimin, disse nesta segunda-feira que o voto sobre as medidas no Conselho de Segurança ocorreu antes que todos os envolvidos tivessem concordado com o documento.

“Tais práticas não ajudam a manter a unidade e a autoridade do Conselho de Segurança nem ajuda a resolver as questões de forma apropriada”, disse ele.

Liu também rejeitou as críticas de que a China está favorecendo o governo do presidente Bashar Assad, cujo regime prometeu intensificar a repressão militar.

“Na questão da Síria, a China não está dando abrigo a ninguém nem nos opomos intencionalmente a ninguém. Nós defendemos a justiça e adotamos uma atitude responsável,” disse Liu.

Segundo ele, a China apoia a realização de diálogos para encerrar a violência, restaurar a estabilidade no Oriente Médio e realizar o desejo do povo sírio de uma reforma política.

Mas ele não especificou o que a China fará para atingir esses objetivos e disse não ter informações sobre planos de Pequim para o encaminhamento de enviados para a Síria, como a Rússia está fazendo. As informações são da Associated Press.

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