Campanha eleitoral no Irã fica silenciosa

A ruidosa campanha eleitoral no Irã se silenciou nesta quinta-feira, véspera da votação, já que as passeatas foram suspensas para permitir que os eleitores refletissem sobre se preferem manter o presidente linha dura Mahmoud Ahmadinejad no poder ou substituí-lo por um reformista de posição mais aberta e com relações mais próximas com o Ocidente. A campanha ficou mais acirrada nos últimos dias, com os grupos que apoiam Ahmadinejad e seu principal opositor, o moderado Mir Hossein Mousavi, levando centenas de pessoas para passeatas que percorreram as ruas de Teerã.

A juventude que apoia Mousavi acusa o presidente atual de minar o papel internacional do Irã com seu estilo de confrontação, além de afirmar que ele devastou a economia local. Os desafios para o novo líder do Irã são grandes. Ele deve ter que decidir como responderá à oferta do presidente dos EUA, Barack Obama, de reabrir um diálogo depois de um congelamento das conversas diplomáticas por 30 anos. A administração Obama está acompanhando atentamente a votação, em busca de sinais sobre se a República Islâmica está disposta a se engajar na negociação, mas os EUA têm poucas expectativas quanto a uma mudança.

Moradores de Teerã dedicavam esta quinta-feira à remoção de cartazes e banners dos prédios e carros, uma vez que a campanha oficial terminou nesta manhã. A imprensa estatal e os sites dos candidatos encorajavam a população a votar no pleito de amanhã. “Eu peço para que as pessoas se dirijam aos postos de votação no início do dia, já que os locais devem ficar lotados no final do dia”, afirmou o responsável pela eleição, Kamran Daneshjou, de acordo com a agência estatal de notícias IRNA.

Cerca de 40 mil postos de votação começarão a funcionar às 8 horas (horário local). Nesta quinta-feira, o Ministério do Interior divulgou um comunicado pedindo para que as pessoas comuniquem qualquer violação durante a votação. Daneshjou disse ainda que cerca de 110.000 representantes dos candidatos estarão espalhados pelos postos de votação. O site oficial de Mousavi também solicitava que os eleitores informassem qualquer irregularidade, diretamente, ao seu escritório. O site dava uma lista sobre as possíveis violações, incluindo a existência de cédulas extras, materiais de campanha nos postos e constrangimentos morais. As informações são da Associated Press.

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