Bahrein liberta pelo menos 23 presos políticos

O Bahrein libertou pelo menos 23 presos políticos acusados de terrorismo e perdoou hoje mais dois, incluindo um líder oposicionista exilado cujo plano para retornar ao país pode complicar o diálogo com o governo sobre reformas políticas. Segundo Ebrahim Sharif, um muçulmano sunita e ex-banqueiro, líder da sociedade secularista Ação Democrática Nacional, alguns, dos entre 300 e 400 presos políticos do país foram libertados. Ontem, o rei Hamid bin Isa al-Khalifa havia anunciado a libertação.

Sharif disse que o líder oposicionista exilado Hassan Musheima foi um dos dois a receber o perdão das autoridades. Musheima está a caminho do Bahrein. As libertações foram confirmadas por grupos pelos direitos humanos e por figuras da oposição. Fontes do governo não quiseram comentar esses casos. Os 23 prisioneiros libertados e os dois exilados perdoados eram acusados de formar uma organização ilegal para derrubar a família real, além de suposto envolvimento com financiamento ao terrorismo.

Mushaima é líder do grupo político al-Haq, visto como mais radical em sua visão que os moderados grupos xiitas que até o momento lideram manifestações contra o governo. Com a volta dele, pode haver demandas mais agressivas, complicando os esforços da oposição para unificar o discurso antes de possíveis conversas com o governo sobre reformas.

Mais de cem mil pessoas se manifestaram no Bahrein ontem, o maior número desde o início dos protestos, na semana passada. O tamanho da manifestação indica que a oposição ganha força, mesmo com uma oferta de diálogo do governo. Há o temor, porém, de que as divisões na oposição abram espaço para elementos mais radicais. Um aliado dos EUA, o Bahrein ocupa uma posição estratégica no Golfo Pérsico, ao lado da Arábia Saudita. O país é sede da Quinta Frota dos EUA.

Diferentemente de outros países árabes que enfrentam protestos, o Bahrein é relativamente próspero. A família real é sunita, mas o país é de maioria muçulmana xiita, e essa divisão sectária pode ter um papel maior, em comparação com outras nações árabes que enfrentam protestos. Parte da maioria xiita está pressionando para ter mais voz na política do Bahrein. As informações são da Dow Jones.

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