Argélia enfrenta violentos protestos contra o desemprego

Tumultos provocados por aumentos nos preços dos alimentos e contra o alto nível de desemprego se espalharam hoje pela capital da Argélia, com jovens queimando edifícios e pedindo comida nas ruas. Helicópteros da polícia sobrevoaram Argel e o comércio fechou mais cedo. Policiais bloquearam ruas no bairro operário de Bab el-Oued. A violência ficou fora do controle em áreas na periferia. A Embaixada dos Estados Unidos lançou um aviso para que cidadãos norte-americanos na Argélia “permaneçam em alerta” e evitem multidões.

Os tumultos começaram na noite de ontem, quando a multidão atacou uma delegacia, uma concessionária de veículos e outros prédios em Bab el-Oued, ateando fogo aos edifícios. A polícia disparou gás lacrimogêneo e conseguiu dispersar os jovens durante a madrugada, mas os protestos foram retomados na tarde de hoje, se espalhando para as cidades de Bordj El Bahri e Dergana

Os manifestantes protestam contra as altas nos preços do leite, açúcar e farinha de trigo nos últimos dias, e também em meio a crescentes frustrações de que a riqueza da Argélia, obtida com a venda do petróleo e do gás natural, não se traduz em prosperidade para a população. “Os jovens estão certos. Eles não têm empregos, casas, vistos (para sair do país), e agora não têm nem mesmo leite ou pão”, disse Amara Ourab, moradora de Bab el-Oued.

A vizinha Tunísia enfrentou vários protestos nas últimas semanas, também por causa do desemprego, que levaram a três mortes. No país, o protesto começou em 17 de dezembro, após um jovem ter se matado ateando fogo a si próprio, depois da polícia confiscar as frutas e legumes que ele vendia sem permissão pelas ruas. O jovem tinha diploma universitário mas não encontrava trabalho. A taxa de desemprego é de 14% na capital Túnis, mas é muito mais alta no interior do país. As informações são da Associated Press.

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