A vida em outros planetas

Isaac Asimov (1920-1992) estimava em 530 mil o número de planetas na nossa galáxia com civilizações tecnológicas. Calculando-se o número de estrelas que possuem sistemas planetários, número de planetas com atmosferas propícias à vida, número dos planetas em que a vida inteligente pode evoluir, número dos que teriam alcançado a tecnologia avançada e capacidade de comunicação interespacial, haveria entre dez mil e um milhão desses planetas, só na Via Láctea. Multiplique-se por 120 bilhões que é o número proposto de galáxias como o mais próximo da realidade atualmente e chega-se a, literalmente, astronômicos entre 1,2 e 120 quatrilhões.

Segundo cientistas ligados à Escola de Astronomia da Austrália, há mais estrelas no Universo do que grãos de areia em todos os desertos e praias da Terra. Considerando cada estrela com seis planetas em volta, teríamos 420 setilhões de mundos. Oitenta porcento dos cientistas crêem que nos próximos vinte anos serão encontrados planetas iguais a Terra girando em sóis; 30% pensam que pode haver vida inteligente neles e esta probabilidade é de 1/100 bilhões, o equivalente a centenas de planetas habitáveis. Outros astrônomos estimaram em 30 bilhões o número de planetas iguais à Terra só na Via Láctea.

Embora nem sempre convergentes, são números capazes de causar vertigem aos pobres terráqueos. Então realmente não estaríamos sós no Universo? Qual a fronteira entre fantasia e realidade? Que tipo de vida podemos esperar encontrar lá fora?

Muito do que se investe na exploração do cosmo, incluindo viagens não tripuladas a Marte, desde o primeiro sobrevôo em 1964 até o Spirit no início do ano passado e agora a Cassini a Titã, a maior lua de Saturno, bem como a construção de poderosíssimos telescópios e redes de escuta revela o grau de interesse do homem em obter tais respostas.

Se não se pode, a rigor, afirmar que os outros quatro princípios básicos da Doutrina Espírita estejam comprovados cientificamente como é o caso da existência de Deus, estão bem próximos disso. A pluralidade dos mundos habitados, o quinto daqueles princípios, é o que aguarda o aval dos fatos materialmente demonstráveis.

Mas quando chegar o momento oportuno, quer por conveniência divina da descoberta, quer pelo desenvolvimento tecnológico humano, estará sendo desferido o golpe final contra o materialismo mecanicista em sua constrangedora insensatez, curando o homem da soberba que o faz preferir a admissão do acaso como responsável pela gênese universal, visto não poder reivindicar para si tal autoria. Como insistiu Allan Kardec, não há efeito sem causa e se o efeito é inteligente, necessariamente a causa também o é. Explicar a criação cósmica e do fenômeno da vida como obra do acaso é atribuir a este a inteligência, o que é um absurdo.

O tema da vida em outros mundos é tratado por Kardec principalmente em O Livro dos Espíritos, A Gênese, O Evangelho Segundo o Espiritismo e na Revista Espírita. Passamos a resumir algumas dessas informações. Na primeira obra mencionada, questões 55 a 58, é explicado que todos os globos no espaço são habitados, não possuem idêntica constituição física e, obviamente, nem seus habitantes.

São classificados em primitivos, de provas e expiações, regeneradores, felizes e os celestes ou divinos. Além destes haveria os de transição que atenderiam à necessidade de repouso temporário aos espíritos que estejam desencarnados há muito tempo. Tais moradores provisórios não ficam presos ali, mas como ?aves de arribação?. Mesmo nesta condição, progridem. Tais mundos não servirão eternamente a tal finalidade; sua superfície é estéril e não comportam seres corpóreos a Terra já foi um destes mundos durante sua fase de formação.

Destas informações podemos retirar duas anotações importantes. Primeira: o conceito de vida dado pelos Espíritos não se restringe ao fenômeno biológico tal qual o conhecido por nós aqui na Terra. Veremos adiante que não só neste caso, mas também nos dos mundos superiores, seus habitantes deixam de possuir um corpo material como o nosso. Daí que talvez os cientistas demorem muito mais para detectar este tipo de manifestação inteligente em suas explorações extraterrestres. Segunda: não devemos confundir estes mundos transitórios com as colônias espirituais tão bem descritas em livros como Nosso Lar, por exemplo.

Duas diferenças fundamentais: elas não possuem constituição material como a que conhecemos. São resultantes das poderosas criações mentais de seres muito elevados, têm existência real, mas a ?matéria? de que são formadas possui particularidades expressivas em relação à nossa. É sutil, desfruta da invisibilidade, penetrabilidade, imponderabilidade, maior elasticidade e, conseqüentemente, expansibilidade. Em resumo, não pode ser percebida pelos nossos sentidos e aparelhos físicos atuais. A outra diferença é a sua destinação, funcionando, às vezes, também como pronto-socorro espiritual ou hospital de recuperação de espíritos recém-desencarnados, porém, com atividades outras como estudos e preparação para as futuras reencarnações.

No próximo encontro, trataremos das características dos diferentes mundos conforme classificação exposta aqui e de seus habitantes, tudo segundo o relato dos mensageiros espirituais que coordenaram a codificação espírita. Traremos ainda mais depoimentos de cientistas acerca da possibilidade de vida em outras estâncias siderais.

ERRATA: no artigo anterior, ao final do primeiro parágrafo, onde leu-se ?É o caos das leis e da religião?, quisemos dizer ?É o caso…?.

(ADE-PR – adepr@adepr.com.br ).

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