MST e Mast disputam mesma área no PR

Um grupo com cerca de 500 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) invadiu na terça-feira a fazenda Quem Sabe, de 480 hectares, em Centenário do Sul, a cerca de 530 quilômetros de Curitiba. E disputa a área com cerca de 200 integrantes do Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast), que aguardam um possível assentamento.

O clima ficou tenso, mas a situação já é tranqüila.

De acordo com policiais militares, durante a invasão da fazenda o MST expulsou duas famílias que tomavam conta da propriedade e apossaram-se de seus bens, assim como dos maquinários. A colheita de soja foi suspensa. Um processo de desapropriação da área que, segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), pertence ao Banco Auxiliar, foi iniciado em novembro de 2003.

No fim do ano passado, o decreto de desapropriação da área para reforma agrária saiu no Diário Oficial da União. O Incra está concluindo a avaliação para definir os valores. No entanto, com cópia do documento nas mãos, o MST decidiu invadir a propriedade. "A característica do movimento desde 1984 é ocupar a terra e forçar para que vire assentamento e saia a reforma agrária", alegou um dos integrantes do MST, Anísio Cardoso.

Para entrar o MST passou por um acampamento do Mast, que aguardava à beira da estrada uma definição sobre a questão. "Estava esperando a avaliação correta do Incra. A gente trabalha dentro da lei", afirmou Wilson dos Santos. Agora, eles temem que possam ser expulsos daquele local pelo MST. "Há ameaças de que vão pôr fogo no acampamento, queimar os carros", disse.

O superintendente do Incra no Paraná, Celso Lisboa de Lacerda, afirmou que, caso não haja problemas maiores, ele espera a imissão de posse no máximo em 90 dias. "Quando tivermos a posse vamos discutir e analisar o perfil de quem está lá", disse. Segundo ele, o compromisso do instituto é com os sem-terra e não com um movimento em particular."Vamos tentar um acordo", acentuou.

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