MST critica Lula e exige audiência sobre reforma agrária

O Movimento dos Sem-Terra (MST) relembrou nesta terça-feira (17) os 11 anos do massacre de Eldorado de Carajás, em que 19 sem-terra foram mortos em conflito com a Polícia Militar, com críticas à "falta" de empenho pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assentar 140 mil pessoas acampadas em margens de estradas. Cerca de 80 militantes, além de crianças de colo, estiveram nesta terça-feira no anexo do Palácio do Planalto para protocolar uma carta pedindo audiência a Lula, o assentamento imediato dos acampados em barracas de lona e a vinculação direta do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) à Presidência da República.

Marina dos Santos, coordenadora nacional do movimento, disse que há quase dois anos Lula não discute reforma agrária com os líderes sem-terra. O último encontro específico sobre o assunto teria ocorrido em maio de 2005. De lá para cá, as audiências foram para tratar de temas genéricos e contou com a presença de outras entidades sociais. "Só vamos conversar com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e com o Incra depois que o presidente nos receber", disse.

Marina foi cuidadosa ao fazer a reclamação. "Ele (Lula) não nos recebeu neste tempo por problema de agenda", minimizou. A coordenadora do movimento deixou claro o desapontamento dos sem-terra com o presidente. É tanto que confeccionaram cartazes com a foto do presidente. O pedido de vincular o Incra à Presidência é uma forma de fortalecer a área de atuação do MST. O governo, no entanto, não demonstra simpatia em levar ainda mais para dentro do palácio o problema dos conflitos de terra.

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