Morre o carnavalesco Clóvis Bornay

O museólogo e carnavalesco Clóvis Bornay, de 89 anos, que ficou conhecido como destaque em desfiles de fantasias no carnaval, morreu ontem à noite no Rio. Bornay foi internado no final da tarde no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. Ele chegou à unidade por volta das 17h30 com quadro de desidratação e infecção intestinal. Apesar dos cuidados médicos, Bornay não resistiu e teve uma parada respiratória às 19h40.

Caçula de uma família de 12 irmãos, Clóvis Bornay não era carioca de nascimento. Ele nasceu em Nova Friburgo, na serra fluminense, em 1916. No entanto, era tido como uma das personalidades mais representativas do espírito do Rio. Era visto facilmente caminhando por Copacabana, bairro que adotou. Em 1996, recebeu da Assembléia Legislativa do Rio a medalha Tiradentes, maior honraria do Estado, por sua contribuição à cultura carioca.

Bornay tornou-se uma personalidade do carnaval carioca ao acumular vitórias nos concursos de fantasias inspirados nos bailes de máscara de Veneza como os realizados no Teatro Municipal e no Hotel Glória a partir da década de 1930. Seu maior adversário era o costureiro baiano Evandro de Castro Lima.

Com tantas vitórias acumuladas, Bornay foi declarado "hors-concours’ e ganhou o direito de se apresentar nos concursos sem ser julgado. Em 1965, ele aderiu ao espetáculo das escolas de samba.

Em 1969, Bornay tornou-se carnavalesco da Portela e, em 1970, concebeu o histórico enredo da escola, Lendas e Mistérios da Amazônia. Bornay também trabalhou para a Mocidade Independente de Padre Miguel, nos carnavais de 1972 e 1973.

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