Morre no Rio de Janeiro o ator Cláudio Corrêa e Castro

Rio de Janeiro (AE) – O ator Cláudio Corrêa e Castro morreu ontem à tarde, aos 77 anos, no Hospital das Clínicas de Niterói, onde estava internado desde 23 de junho com uma infeção causada por uma ferida na perna. Segundo a nota divulgada pelo hospital, a causa da morte foi disfunção múltipla dos órgãos, agravada por um quadro de diabetes e hipertensão arterial. Em 26 de abril, o ator havia sido operado do coração na Clínica São Lucas, no Rio, e obtido alta, mas logo depois precisou voltar ao hospital devido a complicações e ao agravamento de seu estado de saúde. Cláudio Corrêa e Castro deixa viúva e três filhos. Até o fim da tarde de ontem, a família não havia divulgado onde seriam o velório e o enterro.

O último personagem do ator na televisão foi o Conde Klaus Von Burgo, da novela "Chocolate com Pimenta", uma produção de época exibida às 18 horas, na Rede Globo de Televisão com direção de Jorge Fernando e texto de Walcyr Carrasco. Castro tinha 53 títulos em seu currículo na televisão, onde começou nos anos 60, participando da primeira versão de "A Muralha", na extinta TV Excelsior. Só na Rede Globo, foram 36 novelas.

Castro vinha do teatro, onde começara nos anos 50, representando textos de prestígio, como "Galileu Galilei" (seu maior sucesso nos palcos) e "Os Pequenos Burgueses". Foi também diretor, inaugurando o Teatro Guaíra, de Curitiba (PR), com o espetáculo "Um Elefante no Caos", de Millor Fernandes, em 1963. Na televisão, fez sucesso, ora como bonachão, como o conde de "Chocolate com Pimenta", ora era violento, como o bicheiro que viveu na minissérie "Agosto". Ele também interpretou o ambíguo personagem Carneiro, o médico de vida dupla e pai da protagonista Lourdinha, em "Anos Dourados e milionário Franklin, pai do protagonista de Dancing Days.

Em todos os personagens impunha sua marca e, muitas vezes, era chamado para participações especiais, como o Dr. Afonso, em "Senhora do Destino", sua última aparição na tevê. Costumava dizer que os personagens não eram pequenos nem grandes mas o ator podia explorar tudo que eles permitiam e assim ficar na lembrança do público, independente do tempo em que ficavam na história.

No cinema, seu último filme foi "Irmão de Fé", do Padre Marcelo Rossi.

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