Ministro do TCU critica qualidade de obras da Operação Tapa-Buraco

O ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), criticou hoje a qualidade da execução de algumas das obras da operação tapa-buraco nas estradas federais. Em vistoria realizada na semana passada em trechos da BR 070, em Mato Grosso, o ministro – responsável pela área de rodovias no tribunal – constatou que em alguns locais em que a pista recém-recapeada já precisava de novos reparos. "Apenas 15 dias depois de colocado, esse asfalto já estava se soltando", disse Nardes.

O ministro criticou, particularmente, o planejamento da operação. "Não houve um planejamento anterior. As obras deveriam ter começado antes do período de chuvas. Mas foi tudo feito a toque de caixa", disse.

A observação de Nardes vai na mesma linha das críticas da oposição, que, desde que a operação foi lançada, no mês passado, questiona a qualidade dos trabalhos executados e acusa o governo de fazer uma "maquiagem" nas rodovias.

Nardes também reiterou que já foram constatados outros problemas na operação tapa-buraco, como na fiscalização das obras. O ministro afirmou que em alguns canteiros que visitou não havia fiscais do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) acompanhando os trabalhos.

Os primeiros relatórios das equipes de auditoria do TCU que estão acompanhando a operação tapa-buraco devem chegar às mãos de Nardes no próximo fim de semana. Segundo o ministro, até o fim de fevereiro 75% dos relatórios já deverão estar prontos. O restante deverá ser entregue em março.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Ministério dos Transportes reiterou que o governo só vai pagar pelas obras que forem feitas com qualidade, e depois que todas as auditorias forem concluídas.

Amanhã (14), o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, vai a uma sessão conjunta das comissão de Infra-Estrutura e de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para prestar esclarecimentos sobre a operação tapa-buraco. Também falarão aos senadores o diretor-geral do DNIT, Mauro Barbosa da Silva, e o secretário-executivo do ministério, Paulo Sérgio de Oliveira Passos.

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