Ministro do Planejamento prevê mais um período de “grande turbulência”

O ministro do Planejamento e Orçamento, Paulo Bernardo, disse, nesta segunda-feira, que, apesar de as denúncias feitas pelo empresário Sebastião Buani contra o presidente da Câmara, deputado federal Severino Cavalcanti (PP-PE), serem "muito fortes", é possível que "fique a palavra dele (deputado) contra a palavra do empresário".

"Vamos ter um período de grande turbulência", previu. "É uma situação dramática porque não é um parlamentar qualquer, mas o presidente da Câmara dos Deputados. A denúncia tende a ser tratada com muita paixão e não é simples resolver isso."

Bernardo reconheceu ser muito difícil o governo querer que o Congresso Nacional ignore a crise e passe a votar os projetos que são de seu interesse. "O governo não tem o que fazer a não ser esclarecer o que for indagado e assistir", resignou-se.

"Não tem como interferir." Mas ele acredita que até o fim do ano esteja tudo resolvido. Por isso, tem procurado assegurar que, na seqüência, as votações sejam retomadas rapidamente, entre elas a da segunda fase da reforma tributária, que unifica o ICMS. "Está há três ou quatro meses parado, esperando a votação na Câmara", lamentou.

Apesar das denúncias que, reconhece, afetaram a imagem e a credibilidade do PT, o ministro afirmou que, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, decida-se pela reeleição, "será um candidato forte". "Ele tem dito nas conversas conosco que não se decidiu ainda, mas aposto que vai disputar a reeleição", acentuou.

Convidado para palestras, em Ponta Grossa e em Curitiba, Bernardo reafirmou o crescimento econômico do País e ressaltou que o social não tem sido esquecido, com a inclusão, por exemplo de 8,7 milhões de famílias no Bolsa-Família.

A dificuldade que ele vê atualmente para a reeleição de Lula está nos problemas enfrentados pelo PT. "Mas se o partido conseguir superar isso, se conseguir se reorganizar, se cerrar fileiras com o presidente, acho que vamos ser fortes", ressaltou.

"Mas se cometer algum desatino, se começar a fazer discursos contra a política do governo, acho que aí fica difícil o presidente ser candidato, quanto mais ser reeleito." Ele espera que, após a eleição interna no PT, as discordâncias entre as correntes sejam acertadas. "As disputas internas sempre aconteceram e a gente sempre achou que isso era positivo. Talvez devêssemos pensar se é mesmo", propôs.

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