Ministro discorda que direitos humanos estejam em recesso no país

São Paulo – O ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, participou do lançamento do 3º Relatório Nacional sobre Direitos Humanos no Brasil, nesta sexta-feira (16), em São Paulo. Ele disse discordar da idéia, contida no estudo, de que houve um ?recesso? no desenvolvimento de políticas nessa área de 2002 a 2005.

?O registro da palavra recesso, a interpretação que a palavra pode suscitar, é de que em certo momento houve políticas de direitos humanos e depois elas pararam. Não é isso que acontece no Brasil?, disse Vannuchi após a cerimônia.

O ministro afirmou que as políticas atravessaram governos anteriores ? mencionou os ex-presidentes José Sarney, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. E que foram implementadas sobretudo durante o governo Lula, quando ?pela primeira vez no Brasil, houve um enfrentamento direto da extrema pobreza, da fome, que evidentemente são temas de direitos humanos?.

Vannuchi admitiu, no entanto, que os números apresentados pelo estudo são ?alarmantes? e exigem o ?reforço do compromisso? do Estado com políticas voltadas aos direitos humanos.

O relatório conclui que a ineficácia do Estado diante do aumento da violência gera ainda mais violação de direitos humanos, impunidade e aumenta o sentimento de insegurança e revolta da população.

?No lugar de ter uma atitude defensiva, de brigar com números, a atitude oficial tem de ser com humildade: estudar os números, analisar quais políticas estão se revelando promissoras, com bons resultados, e quais que estão se revelando insuficientes, para tomar as atitudes que cabem ao Estado?, declarou o ministro.

Ele disse ainda que a posição do governo Lula diante do relatório é de aplauso e apoio, de reconhecimento de um importante trabalho e de respeito aos dados. ?O que revela esse relatório é que o peso da tradição anterior, de violência, ainda é insuportável. Portanto, o relatório é um alerta, um desafio para que dupliquemos, tripliquemos as ações?.

Voltar ao topo