Ministro da educação diz que greve em federais é movida a intransigência

A greve nas universidades federais completou nesta quinta-feira 101 dias e o ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que "não há mais argumento para intransigência por parte do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes)". "O argumento para manter uma postura intransigente era o não conhecimento dos termos do projeto de lei, que foi disponibilizado para toda a comunidade acadêmica desde ontem (7)", declarou Haddad. O reajuste médio proposto pelo governo federal no projeto enviado ao Congresso é de 9,45% do salário-base, mas os professores reivindicam 18%.

"O projeto prevê R$ 150 milhões a mais do que estava previsto inicialmente. A verdade é que começamos a negociar com valores autorizados de R$ 395 milhões e, após duas intervenções do próprio presidente, esses valores estão chegando à casa dos R$ 650 milhões", disse. O ministro afirmou que "mais de 70%" dos professores concluíram normalmente o semestre letivo, mas "isso nem sempre fica claro para a opinião pública". "Portanto, estamos falando de uma minoria que paulatinamente vai saindo da greve. Ou seja, penso que não há mais argumento para intransigência. A expectativa é que a comunidade, tomando ciência dos termos do projeto, possa voltar à normalidade acadêmica."

Fundeb

Haddad comemorou a aprovação da proposta de emenda constitucional do Fundeb na comissão especial da Câmara e elogiou os partidos de oposição. "Tivemos aprovação por unanimidade, o que revela grande maturidade, e aqui faço elogio em especial aos partidos de oposição, que souberam compreender a importância da proposta de emenda constitucional, que visa a criar condições para melhorar a qualidade da educação para as próximas gerações, portanto não é algo que diga respeito a um governo e a um partido, é algo que diz respeito ao País." Segundo ele, a previsão é de que a proposta vá a plenário na próxima semana.

Haddad disse que a prioridade continuará sendo o ensino fundamental. "O ensino fundamental não pode perder recursos, portanto a soma adicional que vai irrigar as outras duas etapas, educação infantil e ensino médio, passam a ser atendidas com os recursos adicionais. O ensino obrigatório, que passará ao que tudo indica para 9 anos, continua sendo nosso eixo central."

FGTS

O ministro apoiou a proposta do ministro Walfrido Mares Guia (Turismo), de criação de uma linha de crédito com parte dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para financiamento da formação universitária. "Todo recurso que vem para a educação acho apropriado, sempre tenho que ser convencido de que não é melhor caminho", disse. "O FAT, por exemplo, já financia escolas técnicas. Não tenho preconceito em relação a esse tipo de solução, desde que tecnicamente amparada, então é preciso ter cautela para não se cometer nenhuma impropriedade, mas se o trabalhador, que é o dono do fundo, entender que vale a pena, talvez possa ser uma possibilidade."

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