O ministro das relações exteriores de Cuba, Felipe Pérez Roque, disse hoje que seu País vê com "simpatia" a aspiração do Brasil de ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. A afirmação foi feita depois de sua visita ao Congresso, onde foi recebido separadamente pelos presidentes da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Em entrevista, o chanceler ressaltou a coincidência da política externa brasileira com a cubana, em favor de um "mundo de paz, mais justo e que todos tenham direito ao desenvolvimento". Ele disse que "há plena e ampla liberdade de expressão " em Cuba" e para justificar a política do governo contra os dissidentes do regime do presidente Fidel Castro, afirmou: "Somos um País sitiado e então não podemos criar espaço para colaboradores dessa política", disse, numa referência crítica aos Estados Unidos.
O chanceler conversou com Sarney e João Paulo sobre as relações de amizade e cooperação entre o Brasil e Cuba e o crescimento do comércio bilateral, que chegou a US$ 17,6 milhões no ano passado. Como exemplo dos laços de amizade, o ministro comentou que há cerca de 600 universitários brasileiros estudando em Cuba, como também a participação expressiva de mais de 150 editores do Brasil na 14ª Feira Internacional Del Libro, que acontece em Havana. Além disso, citou que um milhão de cubanos vem fazendo cursos para aprender o idioma português, no sotaque brasileiro.