Ministro aponta tentativa de criação de uma crise artificial com as denúncias

O ministro da Saúde, Humberto Costa, afirmou hoje, ao comentar denúncias de corrupção no Congresso Nacional, que "há uma tentativa de se criar uma crise artificial" no governo. Segundo o ministro, não há qualquer razão "para essa celeuma toda", nem nada que justifique mudanças na composição dos ministérios, uma vez que as ações do Executivo vêm ocorrendo normalmente.

O ministro observou que o próprio governo tem se empenhado em apurar os fatos, inclusive, com a participação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União. Repetindo a argumentação do presidente Luiz Ignácio Lula da Silva, Costa afirmou que o governo "não vai deixar pedra sobre pedra" nesse processo de investigação.

"A parte do governo federal está sendo plenamente cumprida. Vamos aguardar que o Congresso também o faça por meio da CPI (comissão parlamentar de inquérito)", disse o ministro. "Estamos aguardando com muita tranquilidade. Não temos nada a temer e queremos que as investigações vão ao fundo", acrescentou Humberto Costa.

Ele fez as declarações logo após participar da cerimônia de abertura da décima-segunda edição da Hospitalar 2005 – Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Laboratórios, clínicas e Consultórios, no Expo Center Norte, na zona norte da capital paulista. Humberto Costa representou o presidente Lula no evento.

As denúncias de Jefferson sobre um suposto esquema de pagamento de mesada pelo PT a parlamentares do PP e do PL em troca de apoio político foram também comentadas em outros discursos feitos na abertura da feira. O deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), da Frente Parlamentar da Saúde, defendeu o processo de investigação, enquanto o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, manifestou preocupação com o risco de um atraso ainda maior na apreciação dos projetos em andamento no Congresso Nacional, com as atenções voltadas tanto para as denúncias de Jefferson quanto para a CPMI dos Correios.

Skaf se referia à chamada ‘agenda de desenvolvimento’, que envolve as matérias de interesse do setor privado como, por exemplo, a reforma tributária. Ele alertou que "a economia tem que caminhar e que todos já perderam muitos anos com crescimento abaixo do esperado". Skaf lembrou que, no ano passado, enquanto a média mundial de crescimento se situou em torno de 5,1%, o Brasil ficou aquém disso, com 4,9%. "Tomara que esse cenário seja momentâneo e não venha a atrapalhar o crescimento do país", afirmou.

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