Ministério diz que não é possível emitir laudo conclusivo sobre aftosa no PR

Brasília ? O Ministério da Agricultura divulgou nota hoje (11) afirmando que ainda não é possível emitir um parecer conclusivo sobre a ocorrência de febre aftosa no Paraná. O representante da Secretaria de Defesa Animal Jamil Gomes de Souza havia antecipado ontem à Agência Brasil que o ministério não poderia descartar a possibilidade de o Paraná ter focos de aftosa porque um diagnóstico precisaria analisar diversos fatores. "Para fechar um diagnóstico, levam-se em consideração vários fatores. O exame é só um deles", afirmou.

Segundo a nota, esta é uma das justificativas pela qual ainda não é possível dizer o que ocorreu no Paraná. A assessoria registra que "os exames realizados pelo Laboratório Nacional de Apoio Agropecuário (Lanagro-PA) não foram suficientes para esclarecer o quadro clínico apresentado". O próprio ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, havia admitido no dia 8 que os exames laboratoriais, até então, não apontavam a presença do vírus da aftosa.

"Os técnicos da Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) entendem que um diagnóstico conclusivo não se restringe apenas a resultados de exames laboratoriais, sendo também necessário que se considere as manifestações clínicas e a vinculação epidemiológica, ou seja, a origem dos animais", continua a nota.

A vinculação epidemiológica foi usada como justificativa tanto pela secretaria de Agricultura do Paraná, como pelo ministro Roberto Rodrigues, quando reconheceram publicamente que havia fortes chances do estado ter focos da doença, ainda no dia 21 de outubro. É que ficou comprovado, então, que animais de Eldorado, primeiro município de Mato Grosso do Sul a registrar foco da doença este ano, tiveram contato com bovinos de propriedades localizadas em quatro municípios paranaenses, depois de adquiridos em leilões realizados no estado.

A nota diz ainda que a secretaria estadual de Agricultura notificou o ministério sobre a presença de bovinos com sintomas clínicos compatíveis com febre aftosa, no dia 20 de outubro. Na notificação, a própria secretaria apontava que alguns dos animais doentes ou eram originários da área interditada de Mato Grosso do Sul, ou haviam tido contato com outros bovinos de propriedades daquele estado. "O diagnóstico clínico divulgado na época era compatível com a presença do vírus da doença", explicam os técnicos na nota divulgada pela assessoria do ministério.

Pouco mais de uma semana depois de receber a notificação sobre a suspeita de aftosa no Paraná, o governo federal definiu como área de risco sanitário 32 municípios vizinhos aos quatro já isolados pela secretaria estadual de Agricultura: Loanda, Amaporã, Maringá e Grandes Rios. Dessa área, não saem animais suscetíveis à aftosa, carne industrializada, nem leite, para outros municípios do Paraná e para outros estados.

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