Militares reclamam de bloqueio de verbas para Cindactas

Os militares da Aeronáutica aproveitaram nesta segunda-feira (14) a visita de deputados da CPI do Apagão Aéreo ao Cindacta-1, em Brasília, para reclamar da falta e do bloqueio de recursos para a manutenção e o funcionamento dos quatro centros de controle aéreo do País. Segundo os deputados que participaram do tour às dependências do Cindacta-1, responsável pelo monitoramento do espaço aéreo das regiões Centro-Oeste e no Sudeste, onde há maior tráfego de aviões, os militares revelaram que são arrecadados cerca de R$ 800 milhões por ano em taxas embutidas nas passagens aéreas, mas que parte dessas verbas acaba bloqueada, sem ser utilizada nos centros de controle.

"No ano passado, os centros de controle deixaram de receber R$ 120 milhões. E a previsão é que ocorra o mesmo este ano", disse o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), integrante da CPI que participou da visita de quase quatro horas ao Cindacta-1. De acordo com os deputados, a insatisfação da Força Aérea com a retenção das verbas foi exposta pelo comandante de Controle do Espaço Aéreo (Decea), brigadeiro Ramon Borges Cardoso. A previsão é que ele deponha na CPI do Apagão na quinta-feira. Amanhã, a CPI vai ouvir o depoimento do delegado Renato Sayão, responsável pelo inquérito da Polícia Federal sobre a queda do Boeing da Gol, em 29 de setembro, quando morreram 154 pessoas.

Para o funcionamento e manutenção dos equipamentos dos quatro centros de controles existentes no Brasil – Manaus, Curitiba, Recife e Brasília – são necessários R$ 600 milhões ao ano, de acordo com o relato dos militares. "Eles (militares) falaram que precisam de mais recursos. De R$ 600 milhões que deveriam receber em 2006, teriam recebido R$ 480 milhões", afirmou o presidente da CPI, Marcelo Castro (PMDB-PI).

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