México adota posição intermediária entre Bush e Chávez

O México adotará uma posição intermediária entre o líder americano George W. Bush e o venezuelano Hugo Chávez, anunciou nesta quinta-feira (15) o presidente do país, Felipe Calderón. "Não vamos estar alinhados nem com Chávez nem com Bush", disse Calderón, numa entrevista para a rede de TV Televisa. "O México se manterá firme em suas próprias convicções, princípios e interesses", completou.

A declaração foi feita dois dias depois de Calderón participar de uma reunião com Bush na cidade de Mérida, no leste do México, onde discutiu a questão da imigração e reclamou do muro de 1.200 quilômetros que está sendo construído pelos americanos na fronteira entre os dois países. O México foi o último dos cinco países da América Latina visitados pelo presidente americano numa viagem de seis dias pela região. Chávez, em um giro paralelo planejado para ofuscar a presença de Bush, esteve na Bolívia, Nicarágua, Haiti, Jamaica e Argentina.

Sem conseguir do governo americano compromissos concretos (Bush fez apenas uma vaga promessa de pressionar o Congresso a reformar a lei de imigração americana), Calderón disse nesta quinta-feira que também trabalhará para melhorar as relações com governos esquerdistas como a Venezuela e Cuba que se deterioraram no governo anterior, de seu colega de partido, Vicente Fox.

"Meu objetivo é que tenhamos relações respeitosas e construtivas com todos, incluindo Cuba e Venezuela", disse o presidente mexicano, acrescentando, em seguida que já comunicou às autoridades cubanas sua intenção de ir para Havana para visitar o líder Fidel Castro.

O objetivo, segundo Calderón, seria permitir que "os povos de Cuba e do México continuem a ser irmãos como sempre". "A notícia foi bem recebida (pelas autoridades cubanas), mas eu imagino que a situação seja complicada", afirmou.

Parentes Imigrantes

Durante a conversa com Bush, Calderón lembrou que tem parentes que trabalham colhendo verduras e legumes nos EUA. Ele disse a Bush que seus parentes pagam impostos nos EUA, mas não especificou se estão legalmente no país. "Eles provavelmente lidam com aquilo que você come, alface, etc.", disse o presidente mexicano.

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