Mercadante usa fala de Lula e Bastos no seu programa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, apareceram nesta segunda-feira (21) no programa eleitoral de TV do candidato ao governo de São Paulo pelo PT, senador Aloizio Mercadante. Eles enfatizaram as propostas de Mercadante para as áreas de educação e segurança.

Thomaz Bastos afirmou que a "eleição de Mercadante é fundamental para reconstruir a segurança em São Paulo" e enfatizou a necessidade de ter um trabalho unificado contra o crime organizado. Mercadante defendeu a criação de uma força-tarefa nacional, que incluiria as Forças Armadas, a Polícia Federal e o Ministério Público, para trabalhar em conjunto com as polícias no Estado de São Paulo. Prometeu "restabelecer a autoridade na segurança e a seriedade na educação" e criticou a "omissão e incompetência de 12 anos de governo do PSDB em São Paulo".

Lula disse que tem conversado com o senador sobre a educação e afirmou "Mercadante vai fazer da educação uma paixão de São Paulo" – referência ao nome do programa que o petista promete implantar no Estado, que envolve o fim da aprovação automática, melhor qualificação dos professores e limite de alunos por classe. Assim como no programa do presidente e candidato à reeleição, Mercadante utilizou a estrela vermelha do PT poucas vezes e discretamente.

Já o candidato tucano ao Palácio dos Bandeirantes, José Serra, não mencionou a questão da segurança. "Hoje nós vamos falar de remédio", disse. Ele destacou suas realizações como ministro da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso, mas não citou outros políticos de seu partido – nem FHC ou o candidato à Presidência, Geraldo Alckmin.

Serra afirmou que a saúde será uma de suas prioridades. "Eu já fiz como ministro e vou fazer como governador." Ele prometeu dobrar a quantidade de remédios do programa Dose Certa, além de humanizar o tratamento e investir na prevenção. O candidato tucano não fez ataques diretos a seus adversários.

O candidato do PMDB, Orestes Quércia, aproveitou-se da disputa entre PT e PSDB para se apresentar como alternativa ao eleitor. Ele ironizou a disputa entre governo federal e estadual sobre a questão da segurança pública: "O governo federal vive fingindo que quer ajudar o governo de São Paulo a resolver o problema (da segurança), e o governo de São Paulo vive fingindo que não precisa da ajuda do governo federal. Enquanto isso, as coisas vão de mal a pior.

Quércia criticou o governo do PSDB, a quem acusou de ter negociado e "dividido a administração dos presídios com os criminosos". Também mostrou um suposto depoimento de um agente penitenciário, mantido anônimo, que diz que "quem manda lá dentro (nos presídios) é o crime organizado" e acusa o governo de não ter "força" nem "vontade" para retomar a disciplina e autoridade nos presídios.

Quércia falou em "restabelecer a autoridade do governo frente ao crime organizado". Ele prometeu "acabar com a Secretaria de Administração Penitenciária", que viraria um departamento da Secretaria de Segurança Pública, para evitar a disputa entre os secretários. O candidato afirmou também que irá prestigiar os policiais que, como disse, não recebem reajuste salarial há 11 anos.

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