O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), afirmou que os líderes partidários avaliaram que não seria "oportuna" a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos. "Ontem houve um entendimento, foi dito, está gravado e publicado por todos os jornais, com a oposição e com todos os partidos que estavam na reunião que não era oportuno nesse momento a instalação de mais CPIs".
O senador afirmou ainda que a intenção não é extingüir a CPI dos Bingos, mas adiar seu funcionamento para que os parlamentes possam focar atenção nas investigações de denúncias de corrupção nos Correios. "Se é para investigar para valer não dá para fazer tudo de uma vez", afirmou.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou em plenário na manhã de hoje (24) que tenha havido um acordo para adiar a instalação da CPI dos Bingos. "Se os líderes quiserem fazer um acordo, é uma decisão dos líderes. O presidente do Congresso Nacional não participou e não participará de acordo nenhum".
O Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu esta semana seis mandados de segurança do PMDB, PDT e PFL contra a Mesa Diretora do Senado e determinou a indicação dos integrantes da comissão. Caso os líderes não o fizessem, o presidente do Senado deveria nomear os representantes dos partidos.
No total, quatro comissões aguardam indicações: uma que vai investigar a compra de cartão SUS (Sistema Único de Saúde) no governo anterior, privatizações, bingos e do caso Waldomiro.
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), também defendeu que os trabalhos se concentrem na CPI dos Correios, mas afirmou que indicará os nomes para outras comissões, caso as lideranças partidárias decidam instalar mais comissões. A CPI dos Bingos foi proposta no ano passado, após a divulgação de um vídeo de 2002 no qual o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz aparece negociando propina com o empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.