Médicos paulistas supendem atendimento de convênios de saúde

Em reunião realizada em São Paulo, as entidades dos médicos paulistas decidiram encaminhar a recomendação de suspensão do atendimento por guia de alguns dos principais convênios de saúde no estado, a partir de 30 de julho, e por tempo indeterminado.

Os pacientes dos médicos que aderirem terão de pagar do próprio bolso e tentar o reembolso posterior. A decisão vale principalmente para a capital, pois na maioria das grandes cidades paulistas já havia a recomendação da suspensão do atendimento.

A suspensão foi decidida em assembléia informal realizada em São Paulo, ontem à noite. Segundo comunicado da Associação Médica Brasileira (AMB), 800 médicos participaram da reunião.

Segundo o Conselho de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), a medida visa obter o reajuste nos repasses da prestação de serviços. A categoria médica reivindica que seja seguida a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), critério de referência do setor que estabelece em R$ 42 o valor da consulta. A Cremesp também enfatiza que a CBHPM busca valorizar o trabalho da categoria médica, ?que há cerca de 10 anos não recebe quaisquer reajustes dos planos de saúde?.

O Cremesp condena ainda os aumentos abusivos impostos aos segurados e observa que, nos últimos sete anos, os usuários tiveram de arcar com uma alta de 248% nas mensalidades. No mesmo período, apontam, o Índice do Custo de Vida (IVC), medido pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), ficou em 72,63%.

Os demais estados em que também houve recomendação de suspensão do atendimento, conforme a Cremesp, são Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Em nota divulgada hoje, o Cremesp lista entre os convênios afetados a Sul América, a Bradesco Saúde e a Golden Cross. Já a nota da AMB lista também a AGF, a Porto Seguro e a Marítima Seguros.

Segundo a AMB, uma nova assembléia dos médicos foi marcada para 17 de agosto.

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