Médico brasileiro preso nos EUA não pode atuar como cirurgião

Clínico-geral com registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) de Minas Gerais. É o pouco que se sabe até agora sobre o médico Luiz Carlos Ribeiro, de 49 anos, preso na madrugada de segunda-feira em Framingham, nos EUA. Segundo o CRM, ele não tem autorização para atuar como cirurgião plástico no Brasil nem em nenhum outro lugar.

A Massachusetts Board of Registration in Medicine (equivalente ao CRM brasileiro) confirmou ontem que Ribeiro não tinha permissão para a prática médica no Estado e que também não havia feito pedido para tal. Por isso, está sendo acusado de prática ilegal da medicina, além de homicídio e porte de medicamentos e substâncias sedativas proibidas

Sua detenção, nos EUA, ocorreu logo depois da morte da paciente Fabíola de Paula, de 23 anos. Ela faleceu no domingo, após se submeter a uma lipoaspiração no porão do prédio onde Ribeiro vivia. Ontem, a polícia prendeu Célia Sielemann. Ela é a dona do apartamento em cujo porão eram feitas as cirurgias.

Fabíola, que já havia feito uma microcirurgia de nariz com Ribeiro, teria agora pago US$ 3 mil pela lipo. Mesmo valor desembolsado por pelo menos outras duas pacientes na semana passada. A mineira Mariane Silva, de 24 anos, teve alta ontem do MetroWest Medical Center, hospital para o qual Fabíola também foi levada. A auxiliar de limpeza foi internada no domingo com infecção e febre, apresentadas após a lipo. Outra jovem segue internada.

Ribeiro estava no país com um visto de trabalho de 30 dias, segundo a imprensa americana. Mas há rumores entre a comunidade brasileira de que ele vive em Framingham há muito tempo. "Ainda não podemos divulgar o número de pacientes de Ribeiro nem seus nomes. Estamos investigando", disse ontem o policial Paul Shastany, que incentiva as vítimas a denunciarem o médico, mesmo que estejam em situação irregular no país.

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