Mau gosto

O contencioso aberto pelo governo em resultado das medidas preconizadas pela área econômico-financeira para o equilíbrio das contas, diante da derrubada da cobrança da CPMF, começa a exibir as primeiras de suas muitas rebarbas.

Os juízes federais, representados por Walter Nunes, presidente da entidade classista, a Associação dos Juízes Federais (Ajufe), ameaçam ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a medida anunciada pelo governo de suspender o aumento salarial dos servidores públicos.

Nunes declarou que não há a menor lógica em punir os servidores por uma culpa que não é deles. ?Não tem sentido que a não-aprovação da CPMF tenha repercussão na questão remuneratória. Até porque os recursos para despesa com pessoal são orçamentários. São recursos decorrentes da receita permanente do governo, não são da CPMF?, argumentou.

Os reflexos negativos também chegaram à Confederação dos Servidores Federais (Condsef), cujo presidente Josemílton Costa chegou a falar em greve geral para março, caso se confirme a insinuação do ministro Paulo Bernardo de que não haverá aumento para o funcionalismo.

Setores importantes da economia também se mostram descontentes diante do lançamento do pacote fiscal. Os presidentes da Febraban (Fábio Barbosa), da Fiesp (Paulo Skaf), da CNI (Armando Monteiro Filho) e da Fecomércio (Abram Szajman) reclamaram do ?presente de mau gosto? recebido de Brasília logo no primeiro dia útil do ano.

Mais uma vez, proclamam esses dirigentes, a conta será paga pelos contribuintes.

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