O ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, ex-deputado, disse que votaria "com tranqüilidade e consciência" a favor do aumento salarial de deputados, senadores, ministros e do presidente da República, se ainda estivesse no Congresso. Ao ser questionado sobre o reajuste, o ministro afirmou que não podia reclamar, porque se trata de uma remuneração "muito maior que a média dos trabalhadores brasileiros".
"Não podemos ser hipócritas em achar que o salário dos servidores ou dos agentes públicos não tem que ser corrigido por algum índice. É um salário que não é corrigido há quatro anos. Acho justo que se faça uma correção. E não estamos indexando. Eu se fosse deputado, votaria com tranqüilidade e com consciência porque o Congresso está reajustando pelo menor de todos os índices, que é a inflação".
Ao ser questionado se estava feliz com o aumento, o ministro respondeu: "Não fiquei, porque tem oito anos que ganho este salário. Eu ganhava R$ 8.500 quando era deputado há oito anos. Agora, tenho salário de ministro.Mas não posso reclamar." E brincou: "Ninguém fica feliz com o salário a partir do terceiro mês. No mês que a gente ganha o aumento, fica satisfeito. Daí a dois, três meses, você adapta sua despesa e já fica reclamando de novo."
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), considerou justo o reajuste. "Acho razoável a recuperação das perdas (da inflação)", afirmou o senador. Renan disse que submeterá aos líderes no Senado a decisão sobre o encaminhamento da votação no Senado do aumento salarial.