Maranhão lança plano para atrair investimentos em álcool

O governo do Maranhão apresentou hoje para uma centena de empresários, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), um plano estratégico para atrair investimentos para o setor de açúcar e álcool do Estado. O plano com foco na produção de álcool, foi montado a partir de estudos desenvolvidos por seis meses pelo Pólo Nacional de Biocombustíveis (PNB), da Esalq/USP.

O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, que produz cana-de-açúcar em Guariba (SP) e soja no município de Balsas (MA), está presente ao evento e não quis falar com a imprensa, a exemplo do que aconteceu nas duas últimas vezes em que participou de eventos públicos.

O Maranhão quer atrair a instalação de 45 usinas com capacidade de processamento de 45 milhões de toneladas de cana por ano e produção de 7 bilhões de litros de álcool. Há, no Estado, 1,2 milhão de hectares disponíveis para o plantio de cana-de-açúcar. Apenas uma fração, 40 mil ha, é cultivada atualmente por três empresas, que processam dois milhões de toneladas de cana por ano. Em uma primeira fase, seriam instaladas 20 usinas com a criação de 60 mil a 120 mil empregos diretos e indiretos. Os investimentos chegariam a US$ 2 bilhões.

Catarina Rodrigues Pezzo, coordenadora de projetos do PNB, diz que, embora o estudo tenha mostrado que o custo final da cana em terras maranhenses seja 17% maior que no Sudeste, parte do percentual pode ser diluído nas melhores condições logísticas. "Já existe uma infra-estrutura ferroviária instalada da Companhia Vale do Rio Doce, que escoa a produção até o porto de Itaqui (em São Luís)". Ela ressalta que o custo do Sudeste está em ascensão justamente por conta dos gargalos de escoamento. Outras vantagens comparativas é a grande disponibilidade de terras baratas, das quais já foram descontadas as áreas referentes às reservas ambientais e indígenas.

Entre as desvantagens está a necessidade de irrigação em todas as áreas, item responsável por boa parte dos custos de produção, a ausência de mão-de-obra especializada e de variedades adaptadas ao clima da região.

A fim de atrair novas usinas, o governo do Maranhão oferece incentivos fiscais, entre eles o abatimento de até 75% do ICMS por 12 anos, com carência de 36 meses para o início do pagamento do imposto. "Queremos que os investidores vejam o Estado com uma alternativa de investimento neste setor", afirma o governador do Estado, José Reinaldo Tavares (PSB).

Catarina Pezzo revela que há outros Estados interessados no levantamento de seus potenciais no cultivo de cana. O PNB realiza, atualmente, um estudo sobre o Pará e está em negociações com o Estado do Tocantins.

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