Mantega aposta que PIB crescerá acima da previsão do BC

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega, estima que a atividade econômica brasileira em 2006 crescerá 5% – um ponto porcentual a mais que a previsão do Banco Central (BC), de 4%. Em sua opinião, não há nenhuma "nuvem" para atrapalhar as boas perspectivas para a economia, que desta vez será impulsionada também pelo mercado interno. Para ele, o processo eleitoral não terá influência negativa e ainda há espaço para que as taxas de juros caiam de forma mais acelerada.

"A perspectiva de crescimento econômico é favorável e positiva. O mercado exterior continua favorável ao Brasil, não há nenhuma nuvem no horizonte, e o mercado interno está de vento em popa", afirmou. "O cidadão não se pergunta se há eleição neste ano. Ele está preocupado com o emprego e a renda ou lucratividade de seu negócio", acrescentou Mantega.

Para o presidente do BNDES, o cenário econômico deste ano é semelhante ao de 2004, que também começou com redução da taxa de juros básica, a Selic, com menor variação da inflação e com a expansão das vendas internas. Conforme detalhou, a massa salarial, que corresponde a 35% do Produto Interno Bruto (PIB), está em expansão, assim como o emprego e o salário mínimo, cujo aumento para R$ 350, a partir de abril, deverá injetar mais R$ 25 milhões na economia em 2005. Além disso, há "crédito abundante" para a população de baixa renda, tanto que as vendas do varejo já mostraram expansão de 3% a 4% neste início de ano.

Mantega disse ainda ser favorável a um superávit comercial menor com aumento mais acelerado das importações, como forma de ajustar a taxa de câmbio, permitindo-se maior desvalorização do real em relação ao dólar. Mas foi claro ao destacar que a contenção do processo de apreciação cambial depende principalmente da queda dos juros básicos da economia, a Selic.

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